terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O Tratado da Esperança







Dirão que fui fraco.
Dirão que deveria ter feito outra coisa.
Dirão que nunca mereci o que tive.
Dirão até que o fim pra mim é pouco.

Não podem julgar – me,
Isso sim. Oh! Pobre semi-humanos.
Meus pecados ignoram.
Tomam – me por eles:
Amados e sempre justificados em seus desejos dispensáveis.

Assim é simples,
Viveremos motivados,
Estimulados,
Impulsionados pela patética vida comum
Que nunca tive.

Basta.
Um trago de dignidade tomarei.
A verdade é que tentei e não consegui.
Há tempos que deveria ter a humildade de ter aceito
Não o erro
E sim a nova chance.

Fico se disseres.
Vou novamente se ordenares.
Devo minha liberdade
À minha vida.

Deixo o que comigo
Não vai, não se encaixa.
Sem nada, sem peso,
A Lua não me assusta com seus sussurros.

Diz lá que ainda há esperança.
Mas sem pressa,
Com a malícia do passado.
E a coragem para expurgar o coração.


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O minimalista desesperado.







Não quero escrever mais nada.
Palavras não me salvam!
Antes, coitado!
Perdido sempre de mim.
Confundem – me.


No letreiro neon de minha memória,
Piscam apenas advérbios soltos:
Se devagar e claramente estes não se explicam,
Francamente, então,
O sinceramente na implementação destes, resolve.



Vejo – me.


E olhes-me só e apenas,
Finalmente como o tal de meu Ele lírico
Numa farsa inventada de Mim,
Que lá na mente do Ele-apaixonado, envenena.
Corrói.
Drena.

Onde lá, tomara, o Ele-agora sozinho,
Corre nas linhas da Esperança na ânsia do desfecho inédito.

Prometido.



Como!?
Por que lá "Esperança" és já realidade inédita?
Já digo ai, pelas antes tais maus servidoras palavras.
Que talvez alguém podeis observar,
Vais agora ganhando uma vida e um louvor.




Mas peno pelas aquelas soletradas que deixo pelos olhos, escorrer.
Focadas de ilusão!
Inocente... .
Transformar-se-ão, estas,
Lá na boca dos canalhas ouvintes convivas.
E justo aquelas que,
Senão foram as queridas, aceitas.
Serão as realmente ouvidas, lembradas.

E repetidas.



[Quero o inédito.
 Quero o Inédito.
 Quero um cor nova.
 Não repetida.[

 
Inédito... .

"Farsa.
Repetição."



E o tal Inédito solteiro é tal que tal do
Pobre meu coração desesperado,
No ávido procura.
Não pelo que é não visto,
Não dito.

Já agora pelo tal também inédito solteiro.
Inédito fasceiro.


Inédito amante.
Bate-louco, também procura.




Só que tal o Inédito é o Inacreditável.


O que queres,
Ele-pedinte.
É o inédito da Imaginação.
Nem os sonhos.
Apenas Ela, dona do futuro.
Rainha dos criadores.
Dama das madrugadas bêbadas.

Dos bêbados que
Por anos procuram pela Pergunta.



E se não choro,
É por não nada sentir.





Pena é saber que tudo acaba assim:
Sem começar.
Apenas uma melodia morta.
Não tocada.
Ignorada.

Rejeitada.






                                                                                                             Fabrício Januário




sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Homem Primata.







Era uma vez,
Um homem que nem chorava.
Dançava musicas estranhas.
Bebia mais que todos.
E tinha um segredo:
Ele não amava.

Tentava, lembro – me, coitado.
Emulava ideias, prazeres,
Até sentimentos.
Era um prodígio.
Mas ele não amava.

Mergulhou no merengue doce da ilusão.
Abraçava seletos.
Identificava amigos eternos.
Sabia e até queria tudo aquilo da vida real.
Mas ele não amava.

Sonhava com o dia do fim.
Estranhamente não almejava nada.
Tinha a calma de quem nada tem além de si e
Seus olhos, perdidos e dito, penetrantes.
Mas ele não amava.

Dias passados, caminhava.
Pedia pra muros e portões o perdão.
A solução do seu dilema.
Vivo ou morro? Questionava.
Mas ele não amava.

Cantava sua dor madrugada a dentro em
Passos curtos a protelar o destino solitário de seu quarto húmido.
O mofo mutante das paredes julgavam sua postura fraca
Com seus rostos mesclados pela imaginação.
As figuras gêmeas da cortina velha, como guardiãs de um portal mágico,
Estáticas, invocam sortilégios mudos de libertação.

Se não pelo vinho e cerveja, talvez o cansaço da longa caminhada,
deita – se no colchão duro e parte para o mundo da imaginação.
Caleidoscópio de sentimentos, dores e esperanças.

“Chega por hoje”, alguém sussurra.
E assim, fácil, fecha seus olhos e ai sim
Chora.
Choro calmo, de lagrimas doídas, na espera de alguém.
Que finalmente lhe ensine amar.


sábado, 17 de outubro de 2015

BUG







Naquele dia que nada acontece,
As horas derretem – se e
No quentume do calor,
Também amoleci e
Perdi - me em meus amores secretos.

Não secretos, pois de nada tem.
Apenas eu sei deles, começam e terminam
No enredo perfeito do meu desejo.
Vivemos sonhos,
Amores e carícias sem fim.

Ou nada disso:
Sentados, vendo o por do sol,
Faremos juras piegas de amor.
Mesmo de mentiras, serão juras.
Valerão pela existência romântica.

Vou até ai,
Mas não sei onde estás!
Não posso entregar – me assim,
Tudo não passa de delírios de um mal amado.
Um delírio bom de se enveredar,
Mais ainda sim, é de um mal amado.


Esqueçamos.
Não vou enlouquecer – me por alguém.
Não seria prudente
ou decente,
Morrer por quem não nos conhece.

Procuro por ai
O Amor que tem no meu peito.
Não vou encontra -lo assim.
Caminhando.
É preciso mais.
É preciso ser real.

É preciso pegar na mão e dizer a verdade:
Nunca lhe vi, mas te amo.
Amo até o tal delírio acabar.
Sem nem em você,
uma vez tocar.


                                                                                               Fabrício Januário

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Amour Masqué.







E é isso!

O sexo não é nada.

Como qualquer outro desejo.
Faço tudo em prol de milésimos de prazer.

Qual a grande fraqueza que nos controla,
Será?
Tão grande, ali, que amarra – me num namorar que me confunde.

Afinal, quem não procura o ápice?
O momento único de gloria humana.
O poder do prazer ínfimo solitário.

O gozo.

Aqui deparo – me com toda minha estranheza.
Minha misantropia.
Que pode nos dar um momento?
Que pode nos dar uma Gloria Única solitária?

O gozo.

Sua própria existência efémera não o qualifica como objetivo de vida alguma.
Seu valor na realidade reflete o desespero de uma geração que nao sabe fazer outra coisa
Senão...

Senão, que palavra uso?
Nem direi nada.

O gozo.

Estarei sempre certo por rejeita – lo.
Rejeitá – lo?
Não

Difundi -lo

Carrega – lo de erros para depois
Justificar meus medos , por me sentir mal servido pelas circunstâncias.

Mas hoje não foi mais puro,
Mas foi mais honesto.

Não queiram mais.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Super Lua





Não quero aqui mais falar da Tristeza.
Não também que não queira ser mais triste.
Apenas não quero mais falar.


Se canso – me com tanta lamúria,
Que será de tu?
Que esteja agora, quiçá
Aqui talvez, comigo,
Tentando acompanhar o caminhar da ideia.


Tudo sempre preto.
Cinza.
“Toco – lhes e torno – os em mágicos azuis”
Disse eu sei lá onde. 


Cinza... .
 
Cores dos sem paixão...
Nem de cinza gosto.
Sempre ultrapassado,
E não combina com meu tênis preferido.


Quando não descambo à filosofia barata,
Que saberá eu que nada vivi?
Além das paranoias de um capaz fracassado?

Seria cômico, 
Se não fosse real e permanente.



Arre! Realmente chega da Tristeza.
Não também que não queira ser mais triste.

Apenas não quero mais falar.

Basta dessa ladainha de covardes.



Ora! Ora! Quem aí estás?

Novamente você?





Eu sou um covarde?
Assim em primeira pessoa?
Se sou, o que renego?
De quem me escondo?

Balela!


Ah! Não, que assim termino aqui!
Falemos de outras mentiras.
Vamos!
Falemos da vida, então

Única, senão, daquela que desejo:
Sem ter a todo dia suportar o peso do meu mundo imaginário.
Do julgamento externo desnecessário que absorvo
Pela ausência do filtro da anuência sobre a realidade que ignoro.


Novamente Tristeza…

Por que não vais, simplesmente?
Como num sonho que acaba de manhã quando minha mãe chama
Ainda, depois de tanto tempo.

A verdade é que não sei de outra coisa.
Sei só de mim e bem pouco.
Um egoísta com defeito.
Um altruísta que cobra.


Julguem - me pela mentira do enredo falso de um inédito final feliz.
Porém não condenem a coitada atitude única minha de tentar sair do clichê que me assombra.




O Ventríloco






Já nem poderia.
E agora menos,
Reclamar da inútil e doce vida minha.

O tempo foi-se indo,
Desfilando.
Exibindo – se demais


Cansei – me.

Não sei se será do modo que sonhei:
As belas besteiras que no remoto do passado que me lembro,
Faria, na razão, quando o sentido dia chegasse.



Um grunhido vem surgindo do dentro de nada:
Reivindicarei meus direitos felizes.
Pleitearei alguns favores amorosos.
Aceitarei os compromissos das horas.
A responsabilidade das palavras.
O envolvimento dos sentimentos.


Sinto assim e agora o peso do meu desinteresse.
Escolhi viver como eu quis:
Sem regras.
Sem aceitações.
Escolhi a infelicidade por preguiça.

Sai pela Vida vestindo a empáfia sob medida.
Cria que apenas por tentar, já teria.
Esqueci do mérito.
Do esforço sem medida.
Da Fé.




E lá vi um mundo solto.
Sem respeito, sem valores
Por soma qualquer.
Um tempo perfeito para os meus:
Fracos e sem nenhuma intenção.

Seduzi – me.
Nas madrugadas gastava minha vida
Dialogando ideais velhos, com batidas de salvação.

Pensei, enfim, nessas incursões sedutoras
Ter encontrado meu alento
Desta tão minha e sozinha vida.

Tudo era tão romântico... .
Romântico e eterno.

Tão eterno enquanto durou... .
Durou o tempo exato pra virar meu tormento.

Foi – se e nada levou.
Deixou – me um coração ansioso,
Nervoso,
Por uma nova estrada.
Nela caminhar leve sem o medo da sombra que me acompanha.

Sorrir para os vizinhos e
sem o medo do afronte,
Seguir com o sol da manhã na cara,
Quentinho,
O Destino que sei que não é meu
Pelo pouco caso que fiz da aventura.





terça-feira, 25 de agosto de 2015

A Covardia da Salvação.






Venham! Venham!

Apresento – lhes o pêndulo da vida.
A corda bamba das emoções
O chapéu maluco das vaidades
O arco iris das explanaçoes sobre qualquer coisa inútil.

Convido – os a festa do Juca:
Muitos convidados e pompa em demasia.
Consta aí,
Bexigas coloridas de um gosto duvidoso... .
Taças de plástico.
Regabofe onde ninguém paga e todos bebem.
Afinal quem é Juca? Pergunta um comiserado inconveniente.
Que importa! Retruca um realista empanturrado.
E todos aí riem do idiota já no fim da pândega.

Funeral de um palhaço.

Dancemos então a melodia do falsiê.
Mintamos pra caixa do mercado e sentiremo – nos vingados
Por injúrias desconhecidamente patéticas.
Por um afeto perdido a desleixo próprio.
Apontar o dedo a si, no espelho e questionar o própria imagem.
Como se ali nao fosse quem é.
Numa retórica eterna, fascinante e viciante.

Subamos num palanque.
Se agora lha apraz.
Pequeno, claro. Humilde!
Nada de grandeza.
Costruido ali, de suor, com tábuas da rua.
Depois, num evento arrajado,
Cantaremos no lampejo da coragem
Do herói derrotado.
Os amores perdidos pela vergonha.
As mentiras declamadas para continuar sendo aceito.
As infâmias cometidas em prol das mentiras.

Direi malditas?
Direi.

Malditas mentiras.

Ah!
Esperaremos aplausos.
E o quanto esperamos por tudo?
Não por nada.
Apenas pela verdade ali dita.
Pela confissão da Verdade
Valiosa qualquer.
Nem que apenas por mim.

Talvez por nós!

Tanto faz.

Perderemos então agora nossa alegria.
Nossa própria companhia.
Num sem fim de andar de passos pesados, demorados.
Sem querer chegar.
Caminhar pelo vento.
Um sinônimo de liberdade atingível só no vácuo.

Brindemos, pelo fim, ao Grande Final.
Desejar o Nada.
O objetivo mor.
A utopia!
A Fuga metafísica.


PS:
Brindemos, oras, também a Covardia.
O que seria dos fracos sem ela.
Sem seu apoio não-declarado.
Sua guerra fria.
A religião dos que se perdem.
A Salvação dos que o Nada querem.



Criança Vegana

          … deu 4 e 70 senhora… obrigado… . …sua sacola rasgou pode deixar que eu vou  ajudar… . …muito obrigado moço… …senhor… . … e como v...