A Covardia da Salvação.
Venham! Venham!
Apresento – lhes o pêndulo da vida.
A corda bamba das emoções
O chapéu maluco das vaidades
O arco iris das explanaçoes sobre qualquer coisa inútil.
Convido – os a festa do Juca:
Muitos convidados e pompa em demasia.
Consta aí,
Bexigas coloridas de um gosto duvidoso... .
Taças de plástico.
Regabofe onde ninguém paga e todos bebem.
Afinal quem é Juca? Pergunta um comiserado inconveniente.
Que importa! Retruca um realista empanturrado.
E todos aí riem do idiota já no fim da pândega.
Funeral de um palhaço.
Dancemos então a melodia do falsiê.
Mintamos pra caixa do mercado e sentiremo – nos vingados
Por injúrias desconhecidamente patéticas.
Por um afeto perdido a desleixo próprio.
Apontar o dedo a si, no espelho e questionar o própria imagem.
Como se ali nao fosse quem é.
Numa retórica eterna, fascinante e viciante.
Subamos num palanque.
Se agora lha apraz.
Pequeno, claro. Humilde!
Nada de grandeza.
Costruido ali, de suor, com tábuas da rua.
Depois, num evento arrajado,
Cantaremos no lampejo da coragem
Do herói derrotado.
Os amores perdidos pela vergonha.
As mentiras declamadas para continuar sendo aceito.
As infâmias cometidas em prol das mentiras.
Direi malditas?
Direi.
Malditas mentiras.
Ah!
Esperaremos aplausos.
E o quanto esperamos por tudo?
Não por nada.
Apenas pela verdade ali dita.
Pela confissão da Verdade
Valiosa qualquer.
Nem que apenas por mim.
Talvez por nós!
Tanto faz.
Perderemos então agora nossa alegria.
Nossa própria companhia.
Num sem fim de andar de passos pesados, demorados.
Sem querer chegar.
Caminhar pelo vento.
Um sinônimo de liberdade atingível só no vácuo.
Brindemos, pelo fim, ao Grande Final.
Desejar o Nada.
O objetivo mor.
A utopia!
A Fuga metafísica.
PS:
Brindemos, oras, também a Covardia.
O que seria dos fracos sem ela.
Sem seu apoio não-declarado.
Sua guerra fria.
A religião dos que se perdem.
A Salvação dos que o Nada querem.
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