Olho pequeno para o Mundo
E com surpresa, eis que ele
Olha - me de volta e
Sem surpresa, diz ali - me:
-O que ainda tenho?
Lhes lá fiz eu tanto de insuficiente?
Qual?
Qual vergonhas tu procuras?
Olhas - me tanto?
Estou morrendo.
E disso tu,
Mandrião
E não me venhas,
Já sabias.
Ingratos.
O que ainda mais querem?
O resto de minhas árvores ardidas
Despidas em chamas?
Meus rios fervendo em sopas?
Fritando os peixes pro prato?
Meus mares em crise?
Minha nuvens choronas e raivosas?
Ahhh Já sei.
Querem meus terremotos tesudos e heteros.
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E então quando isso acaba?
Tormento de vida esperando o fim.
Ilusão é tamanha que penso ser hoje
O fim de chegar de sofrer.
Coração comprimido.
Amargurado.
Não sei se pelo passado Infinito
Ou pelo futuro que nunca me pertence.
Ou se pelo medo da Noite-Mãe.
Uma prece pelo perdão.
Perdão por tudo que eu sei
E não lembrei.
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E nossa!
Minha nossa!
Sua nossa!
Sua nossa nossa!
Hoje não quis ser Azul.
Ou Branco.
O branco das redes das suas mentiras sociais.
Hoje quero dormir e chover.
Hoje não teve sorrisos de bom-dia
E nem vi quem eu não queria.
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