domingo, 30 de outubro de 2011

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            A cara dele de espanto ao olhar pra mim me alertou que estaria não apenas num banheiro, mas um banheiro que eu não deveria estar. Livan me instruíra escolher o avatar de velhinho:
            “Ele tem bom coração, vai ser mais fácil. Mas ouvi dizer que nem todos gostam dos seres humanos nessa idade por la, então cuidado” disse dentro de minha cabeça. E tinha razão. O homem, provavelmente dono do estabelecimento, que empunhava um taco de basebol na mão, só não me rumou na cabeça por antes olhar em meu rosto e reconhecer com o que também meu irmão me informara, um senhor de 70 anos.
            “Quem é o senhor?”
            Boa pergunta.

            Existiam certas questões que não devem ser levantadas. A Verdade é para todos, porem nem todos a suportam.

            Saio do banheiro e sei que tenho meia hora ate o tal recobrar seus neurônios, posso reconhecer o local. É um local escuro, com cheiro de grãos. Cheiro do local onde a uma missão passada, procurando o que hoje talvez achamos, caímos pelo teto. Não lembro, mas enfim. É comida. Procuro também por um café. Bebida boa, amarga, mas cada um faz de um jeito. É interessante. Encontro uma maquina. Uns toques nos lugares certos e sai um café num copo que não lembrei onde deixei.

            “Desse jeito vamos encontrar o experimento já numa balada”, disse ele de novo na minha cabeça.

            Tinha razão.
            Essas como dizem, porra de maquina demorou e o tal que me fez a pergunta que não se faz começa a se mexer. Tenho que ir, mesmo sem as rosquinhas. Saio na rua e miro uma praça onde sabemos que nosso experimento sempre para. É lá!

            “Ele acaba de sair”
           
Definitivamente Livan me chateia às vezes.
Não! Sempre!

            Corro, então, ate um banco que aponta para a esquina onde o cujo vai virar. Sei então que se ele acabou de sair tenho quase vinte minutos ate aparecer aqui. Ainda bem que trouxe dois copos de café. Cheios!
            Na euforia da bebida humana, derrubo metade de um copo no meu sapato. É preto. Bico fino. Tem fivela dourada. É bonito. Minha calça segue a mesma tonalidade escura, não sendo um preto, antes um cinza bem fechado. Tenho terno cinza como a calça e uma camisa preta. Uso chapéu também preto. Fecho os olhos e tento acessar a mente desse avatar que habito, pra passar o tempo e ver o que de interessante tem essa vida aqui, mas de novo o desagradável do meu irmão... .

            “Depois Alfenir... . Depois meu querido... , ele vai virar a esquina... .


Experimento Tx14 -01(vulgo T - 01)


            Era um dia mais que comum. Era um dia prêt-à- porter, dizia minha inteligência inútil. Acordei em meu horário de costume: meia hora antes do despertador. Quarto escuro. Já era hora de trabalhar. Moro numa espécie de cortiço dos tempos modernos. Uma única entrada e vários quartos distribuídos por dois corredores, dispostos em dois andares. Havia duas cozinhas comunitárias como mínimo necessário para um macarrão instantâneo. Eu quase nunca as usava. A esquerda da cozinha de onde vinha um cheiro de vinho azedo, dava acesso ao corredor do quarto onde estava eu neste momento tentando me levantar. Minha esperança é que esteja chovendo. Adoro a chuva. Como um compartilhamento divino para meu eterno estado de espírito.
            Era apenas um quarto com banheiro. No começo, há quatro meses, achei a idéia boa, vai ser bom para dormir: escuro... . Mas agora? Agora eu não suporto mais isso. Uma sensação de sufoco. Uma caixa escura.
            Duas vezes adiado, não pude mais calar o despertador. Apesar da imensa vontade, eu não podia deixar o trabalho e ficar na cama. Era incrível, mas acreditava possível viver nesse quarto para sempre. Acho ainda, mas só quando estou aqui dentro. Jogo-me na cama mais uma vez e decido ficar em casa de novo. Pra que ir naquele trabalho idiota, conviver com pessoas idiotas. Se bem q o idiota sou eu por continuar com tudo isso. Agora tenho q ir, terceiro alarme.
            Atrasei.
            O banho era um momento bom, sentia a água batendo em minha nuca e de uma maneira estranha me transmite paz e leva – me a minha infância. Imagino mais uma vez que tudo pode mudar e que vai mudar. Mas como? Vem a duvida, por onde? Há três dias estou trancado nesse quarto e não consigo sequer abrir a porta. Tento enrolar no banho, mas tomo coragem e saio. Vou terminar tudo e sumir no mundo.
Desaparecer.
Então eu terei que sair.
Não ouço nada, minha mente esta estática, não penso em nada.
Abro a porta e o ar refrescante me da um gás. Leve. É noite já, pelo menos. O céu esta estrelado e uma leve brisa bate no meu rosto agora que já sai na rua. Olhos para baixo e para cima e não vejo ninguém. Posso ir em paz então. Pelo menos ate o quarteirão ultimo antes do fatídico trabalho.


Penso em tudo, no caminho. Na minha família, em o que estou fazendo nesse lugar, nesse planeta. Sinto-me um adolescente pensando assim e culpo – me mais por isso. Meu Deus. Enlouqueço! Com uma calma que beira a medo, atravesso a rua contendo – me. Um caminhão é melhor... . Não será dessa vez. Continuo no percurso de costume, na esperança de Deus estar sentadinho no banco da praça com um copo de coca cola e esperando para conversar. Viro a esquina e ele não esta lá. Mas tem um homem acenando pra mim.

domingo, 23 de outubro de 2011

Os Irmãos Kraiser


Recuso – me a amar. Embora esteja já ame. Seria eu bipolar? Mas a vida é bipolar. Vivemos para morrer e isso me desespera ao ponto de me paralisar. Para que viver se vamos todos morrer. E quem me garante o futuro?
Esta bem! Sou louco, sei disso, mas sinto-me impotente perante a fatalidade. Procuro uma felicidade que não existe, um amor que não existe.
 A realidade sinceramente não me atrai. Todas as vezes que tentei voltei sem dinheiro.
Uma pós-depressão. Um pós-apocalíptico mental, uma entorpecência, ou talvez preguiça mesmo que me impede de... .


...Incrível como uma pessoa saiba tanto de si mesmo e não saber o que sabe. O milagre já ocorreu há anos e nem nota.
Poderíamos fazer um personagem dele, o que acha?
Acho uma boa..., será? Ele é tão frágil...
Nada, olhe só pra ele, um pouco medroso, preguiçoso, mas vamos sacudir sua vida e ver como e ele se sai.
Ah pode ser. O que faremos com esse?
Bem primeiro vamos dar um nome ao nosso personagem.
Nome? Nome não. Ele vai ser nosso experimento então.
Agora sim e como será o nome do nosso experimento?
Será Tx14-01
Não me lembrarei de metade disso.
Tudo bem! Fica então T-01.
De acordo, mas e qual será a primeira coisa que faremos com o T – 01?
Bem..., ou lhe damos um amor ou uma morte para ele lidar.
O que prefere?
Vamos ver...
Precisamos conhece – lo melhor, saber o que de fato o faria atingir o ponto que queremos.
Vai descer?
Eu não, você!
Sempre eu... .
Pare com isso, você é mestre nisso. E também, estou começando a achar que esse vai nos recompensar.
Tudo bem. Comida?
Você e seus hábitos humanos... . Vá logo. Veja o T – 01 vai sair. Na rua é um bom lugar...


#experiência num *******003. obj Tx14 – 01
Iniciada em **/03**68

            Não gosto de banheiros, sempre desço em banheiros, e sempre também eu é quem desço para esse tipo de missão se assim posso chamar. Queria comer e deixei meu salgadinho que peguei na nossa ultima campana atrás de um novo personagem (prefiro trata – los assim!). Ate que tem um gosto agradável e da uma sensação de falsa saciedade que eu gosto.
 - Tem quem ai?
Alguém chama. Não vou ter tempo de ver como esta minha mais nova aparência.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Teresinha....


Não que eu queria me vangloriar, mas a encenação alheia termina na hora que desce o pano. Mesmo no fingimento, do pós  - pano.
A realidade da Realidade, faz de tudo em si uma coisa só.
Ninguem e intocável
Alguem já foi puro
Não nos. Alguem...
Então não quero um motim
Afinal, de pecados,  entendemos.
De milagres, mais ainda.
Vamos calar – nos então.
Nosso dolar esta em baixa

Mas não me contento
Como?
Não existiia uma regra geral de conduta?
Um toque de recolher moral.
Existe. Sei que existe.
Me dizeram que o Juiz é o Boninho.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O peripatético coxo.


Não importa como.
Nem adianta perguntar o por quê.
Questionamentos não ridiculos.
Nunca deveriam ter sido feitos.
Uma corda reta esticada. Talvez isso seja Vida.
Se olharmos pára baixo, veremos o escuro do vazio.
Não vou! A queda é certa!
Pois então saia. Grita alguem  atrás de você.
Tem loucos querendo passar... .
Tambem quero ir.
Algo me chama do outro lado.
Sinto meu coração vibrar.
Saia ou então o empurraremos. Já dizem vários atrás de você.

Saio.
Vejo passar por mim pessoas felizes.
Tristes.
Neuroticas.
Carrascas.
Mas com um brilho nos olhos que não consigo entender.
Vai ficar ai parado, alguem me diz... volte para a fila.
Faz muito tempo. Já fiz morada nesse canto aqui.
Seu coração não lhe chama mais?
Ah todo dia. Toda hora.
Então filho, um dia, na hora certa, você virá!

sábado, 15 de outubro de 2011

#plugin


Quando completei dezessete anos, começou minha tortura: sabia que dali a um ano teria que me apresentar no Exercito.
Um rito de passagem doloroso.
Meu pai. Antigo combatente da primeira guerra expunha com orgulho sua cicatriz na perna direita: um tiro, disparado por um soldado alemão, num confronto homem a homem ate no mínimo duvidoso, porém não menos que fantástico. Nem o fato de te – lo deixado coxo minimizava sua admiração pela guerra. Mesmo por que, era uma maneira de ele me ver crescer se aceito fosse e ele acreditava que seria.
Eu de minha parte, nem sequer pensava mais nisso. Na minha fértil imaginação, estavam todas as historias que os já passados e afortunadamente dispensados, amigos contavam. Nunca acreditei totalmente, mas sei que onde há fumaça..., há fogo!


Um jogo de futebol foi minha salvação ou então enlouqueceria. O que pior que o dia de um acontecimento marcante senão sua véspera. Não iria agüentar meu pai, que de um mês pra cá, vem relembrando mais historias suas de guerra. Como sempre, nunca sei quais são verdadeiras.
Algumas eu já sabia. E ele as contava com os mesmo requintes de detalhes, sendo essas as que eu mais duvidava. Eu era quase obrigado a ouvir. Meu pai precisava que o olhasse nos olhos quando falava. Tinha olhos penetrantes, mas tristes, acho que era o que tinha visto na guerra. Suas historias era sempre interrompidas com suspiros.
Antes que ele começasse, disse para minha mãe à mesa do café que iria ao jogo de futebol com meus amigos, estaria de volta ate o almoço.


Apesar do empenho de meus amigos em me distrair, o relógio regressivo já começou. Faltam 22 horas. Meu Deus, preciso relaxar!
Começo ouvir a conversa de meus amigos e tento prestar mais atenção ao jogo. O placar de três a zero nos era favorável e a conversa que meus amigos tinham se referiam a uma menina nova no colégio. Entrara no meio do ano, pois se acabara de se mudar com sua família para nossa pequena cidade. Estranhamente essa conversa me prendeu a atenção. Senti uma curiosidade.
 - Quem é ela? Disse meio desinteressado.
 - Olhe lá, que uma menina nova desperta nosso principezinho do mal humor...
 - Não sabemos, diz o que estava de cá. Só sabemos que o nome dela é L.
Curiosidade uma pinóia, pergunto é por já te – la visto e me sentido hipnotizado por seus olhos, que apenas passaram pelos meus.
L.. Esse era seu nome.

O jogo acaba, começa chover, o relógio cronológico, regressivo, sei não, sei, marca 14 horas left. Pela idéia de L. existir, minha mente se libertou da paranóia e nós agora éramos o trio novamente. Já tínhamos tomando nossas bebidas secretas, levadas hoje, na minha mochila e riamos alto de tudo e todos. A vida fluía bem novamente. Fumávamos nosso quarto cigarro quando ouvi no nosso radio de pilha que oficialmente a guerra tinha sido declarada.


Sinto o abraço apertado, ouço os parabéns e a Boa Sorte que recebi de meu pai quando cheguei de volta.

domingo, 9 de outubro de 2011

#plugin




Boa noite! - respondo.
Ouço o casal do telejornal mais famoso e que me tem mais consideração que todos, desejarem – me boa noite.
Fodam – se, na real.
 Porem são os únicos.
-L. esta na hora de preparar – se para o espetáculo. Diz minha mãe já bêbeda e toda borrada de maquiagem.
Não tenho escolha.
Não tenho vida.
 Estou no meu inicio de adolescência: 14 e meio, na exatidão. Ela é meu carrasco.
No meu quarto, o que meu era de fato: apenas um livro de Goethe, um alemão... . Existiam os maiôs das apresentações, mas esses definitivamente não eram meus. Todas as estampas e cores. Confesso que um de fênix azul era – me charmoso, mas apenas isso.
Não era minha paixão.
-Esta pronta? Ouço novamente.
Já estava.
Tinha o maio totalmente incorporado e a corda na minha frente esticada.

Os aplausos da minha entrada não me excitam em nada. Eles querem a minha queda. A fênix do meu maio brilha no reflexo do holofote e isso sim me da um ânimo.
Brilho.

Tempo/espaço não existem.

No penúltimo degrau da escada interminável, cansada de tentar ouvir o aplauso de minha mãe. Vejo que a tal corda é real.

Mais uma salva de palmas.
Agora essa quer dizer: ande logo, caia sua idiota.




sábado, 8 de outubro de 2011

#Relink - parte2 - a Revanche haha!


Um belo por do sol, disse – ela, apoiada em meu ombro.
E realmente era.
Estávamos juntos a cinco anos e saímos em viagem, programada entre nossas vidas corridas, por três meses. Um cruzeiro. Era um sonho meu e imaginávamos próximos nesse tempo que passaríamos juntos. Estarmos num navio em alto mar transmitia a idéia de cerco a sua alma agora fugidia e eu  tinha planos para aquela viagem. Ha meses eu a sentia ainda mais distante e tomei a decisão de pedi – la em casamento.
Firmar os votos é o que precisamos, diria no clímax. Somado a viagem dos meus sonhos, isso seria o inicio de uma nova etapa.
Como de modo, o sol se vai rápido. Se observarmos com atenção, vemos ate o movimento da Terra forçando seu brilho desaparecer. Já fazia meia hora que caira à noite e a vislumbro, linda num vestido azul, adentrar o restaurante do navio. Segura uma bolsa de mão e quando se aproxima, o encanto acaba: seus olhos não mudaram.
Mas eu tinha o zape. O pedido de casamento! Isso seria tudo para ela. Desde nosso segundo anos. L. começava a dar sinais de um futuro maior de que eu imaginava. Um dia, no carro, indo para o trabalho, fecha sua revista e me diz repentinamente que gostaria de ter um filho. Notei a ausência da especificação da pessoa que seria o pai. Mas acreditei que seria eu sua escolha. Talvez melhor não fosse, pois eu não quero ser pai no momento. Na ocasião, dispersei com um faremos tudo ao seu tempo e tal e foi o começo de sua descrença no jogo. Pena que isso só vi depois.
Ela bloqueou meu acesso afetivo por dois dias na ocasião. Não sentia seu amor nesse período. Foi quando numa saída do quartel, um soldado meu chegado, disse – me que mulheres gostam de casamento, ou coisa do tipo.
 AH VA! Bingo.


Sem que eu o chame, vem o garçom e refere – se a mim com meu nome militar. Confirmo e ele me entrega um bilhete.

* APRESENTE – SE NO QUARTEL EM DUAS HORAS*

L. observa – me. Não digo nada, não tenho coragem.

O garçom oferece – me um telefone e sou informado que um navio pareava com o transatlântico e me esperava. Fitei – a e ela estava chamando o garçom e pedindo a champanha.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Já virou palhaçada!



Diz pra mim.
Qual o sabor de pizza quem você mais gosta?
Qual tipo de pessoa você mais detesta?
Mesma sintonia.
Questão de horário.
Vem junto com o pacote Vida

Pela ultima vez!
Sumam...
Ou não.
Venham me socorrer.
Indeciso, bipolar, endemoniado...
Whatever...

Brincadeira.
Não fujam...
Não sei nadar.
Preciso mesmo de uma bóia!

domingo, 2 de outubro de 2011

#Relink2



...Por que você o trouxe até nós?
Ele procura alguém.
Quanto tempo tem de vida?
Acho que uma três horas, ou mais...
Basta! Não podemos! Um estrangeiro!
Entre nós...
Ele procura alguém.

            Permeava numa sobrevida. Via minha infância. Vivia como se estivesse la. Era real. Não havia noção de tempo. Estava correndo com minhas botas vermelhas no campo ao encontro de minha avó, hoje já falecida que esperava – nos em casa.
            Ao abrir a porta, ouço uma voz conhecida me chamar: era meus amigos e eu já estava em quase quinze anos adiante, com meus primeiros amigos de balada. Sentia tudo, ouvia tudo e já sabia exatamente o que aconteceria, mas não tinha como mudar. Era estranho. Bebíamos e fumávamos nossos primeiros cigarros. Sentados em uma praça, contava – mos em dez. Reconheci de imediato a praça de minha cidade natal. Conversávamos exaltados pela bebida e pela tontura que os cigarros produziam. Vi um garoto vir correndo em nossa direção, pegar em meu braço e com uma força desconhecida naquele corpo levantar - me do banco e sair arrastando – me pelo chão. Sentia um frio insuportável. Mas olhei em volta e todos que estavam na praça que nem sequer me viam, estavam sem agasalhos, mas o contato do meu corpo com o chão transmitia um frio congelante. Ele me leva adiante sem dizer palavra. Vira a esquina e tem uma escadaria, como as da periferia de Grande São Paulo. Continuo sendo arrastado acima e não sinto dor. Deve ser pelo frio penso. Mas pela minha maior surpresa, que vejo no final da escada senão uma imensidão da neve...
            Explica – se assim o porquê do frio intenso, mas e a ilusão, o que era?
            ... Você esta morrendo..., alguém sussurra ao meu ouvido
            Por um milésimo de segundo toda minha vida pregressa passa por meus olhos e sei que desta vez estou meu presente real. Tento falar e não consigo. Já sinto – me carregar por dois braços, arrastado, apenas por meus joelhos. Uma dor pelo meu corpo e uma sensação de que vou escapar deste corpo a qualquer momento. É a morte me  chamando.
            Realmente. Tem razão. Estou morrendo, mas como, não me lembro. Apenas estava em combate, entrei na floresta seguindo ordens e..., Meu Deus, agora me lembro. Fui envenenado.
            Daí em frente, já sabia o que estava acontecendo. Devia estar com vários soldados, marchando rumo a sei la onde. Opa, eu vou fugir daqui ein! Talvez eu esteja sozinho, talvez meus companheiros também estejam aqui, talvez ao meu lado. Ou não. Agora não importa. Preciso vê – la uma ultima vez.
            Não penso em mais nada, só a imagem dela fixada em um mural de minha mente, com a esperança de que esteja me esperando. Eu sei que estará. Tomara que esteja. Mas onde? Pra onde estão me levando.

            E essa agora.
            Efeitos do veneno.
            Foi viajar, mas ele já volta.

Criança Vegana

          … deu 4 e 70 senhora… obrigado… . …sua sacola rasgou pode deixar que eu vou  ajudar… . …muito obrigado moço… …senhor… . … e como v...