#plugin
Boa noite! - respondo.
Ouço o casal do telejornal mais famoso e que me tem mais
consideração que todos, desejarem – me boa noite.
Fodam – se, na real.
Porem são os únicos.
-L. esta na hora de preparar – se para o espetáculo. Diz minha
mãe já bêbeda e toda borrada de maquiagem.
Não tenho escolha.
Não tenho vida.
Estou no meu inicio
de adolescência: 14 e meio, na exatidão. Ela é meu carrasco.
No meu quarto, o que meu era de fato: apenas um livro de
Goethe, um alemão... . Existiam os maiôs das apresentações, mas esses
definitivamente não eram meus. Todas as estampas e cores. Confesso que um de fênix
azul era – me charmoso, mas apenas isso.
Não era minha paixão.
-Esta pronta? Ouço novamente.
Já estava.
Tinha o maio totalmente incorporado e a corda na minha
frente esticada.
Os aplausos da minha entrada não me excitam em nada. Eles querem a
minha queda. A fênix do meu maio brilha no reflexo do holofote e isso sim me da
um ânimo.
Brilho.
Tempo/espaço não existem.
No penúltimo degrau da escada interminável, cansada de
tentar ouvir o aplauso de minha mãe. Vejo que a tal corda é real.
Mais uma salva de palmas.
Agora essa quer dizer: ande logo, caia sua idiota.
Comentários
Postar um comentário