sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O fantástico mundo de Bob






Acordei num tempo estranho,
Admito.
Não sei mais quem sou.
Perdi as horas, os anos.
O sono.

Ninguém para me sacudir.
Dizer as horas… .

Pois sim!

Acordei e vejo a bagunça de meus aposentos.
Revirados, baratas, doses derrubadas no carpete barato.
Maus cheiros…
Maus cheiros de uma existência desperdiçada.




Que horas são?
Que tempo está lá fora?
Chove? Tomara!

Mas não!
Achas?

Brilha Sol de meio-dia.

Todos já foram para seus futuros e tu
Oras! Ainda de pijamas.
Roupas velhas.
Performáticas idéias clichês!
Esperando o amor ainda feinho.





Acordei num tempo estranho.
Admito.
Não sei qual esquina virar.
Perdi o rumo, o prumo.

(Porém sobram estilos não aplicáveis
De uma mente inativa.).

Cansa-me sempre,
Isso de a todo tempo
Sempre uma nova revisão de meus erros.
De erros pregressos.
Não lembraveis,
Inventados em prol da crucificação particular
E então imperiosa,
Por não se comparar a nada.
Por apenas no meu mundo existir.

E existir apenas para punir-me.
Sangrar-me.

Mundo outrora este, excluível.
Sobrável.
Tão imutável quanto desnecessário.
Um quadro brega na parede de minha sala.




A quem devo pedir minha liberdade de mim mesmo?

A quem devo pedir minha paz?

A mim mesmo?
Ao grande algoz?
Aquele que se mostra sem meu aval.
Sem meu apreço.
Sem meu pagamento?

Divido-me a todo momento.
Racho-me por qualquer situação.

Ponho-me num espelho etério que apenas reflete meu pensar.

Um delírio de realidade aumentada.
Sou este.
Sou aquele.
Sou até você.

Sou o quem não sabe que é.

Sou apenas o quem sabe o que sente.







segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Alfredo - O mentiroso.







Tanto medo tenho de mim.
Tanto medo tenho de tudo.
Um misto de passado inútil.
Sem laços.
Sem segredos divididos.
Sem amores.
Sem festas de aniversário.


Penso ainda no melhor amigo que não tive.
Aquele que me abraçaria quando criança.
Brincaríamos juntos.
Brigaríamos juntos.
Teríamos um código
Até!

Amaríamos sem pecado
Pelo perdão da infância.


Mas nunca encontrei você.


Ou melhor
Encontrei - lhe várias vezes.

Em vários perfumes, músicas, belezas e loucuras.

Mas nunca tive ainda coragem suficiente de perder o poder de escolha.
Loucamente ela  dá-me o poder da eternidade.


Congelar o presente.
O controle eterno do futuro:
Ele não vir.


Tanto medo tenho de mim.
Tanto medo tenho de tudo.
Tanto medo tenho de você.




Alfredo - O apaixonado.









A beleza de seu rosto
Distancia-me de sua alma.
Queria mesmo era o abraço.
Apertado.
Sentir ali, pertinho, o calor do seu coração.


Isso sempre foi pedir demais.

Sempre longe,
Lá longe…
Tento em alguma desesperada fuga de mim,
Pegar em seu braço e partir.

Assim mesmo, sem notas de adeus.
Ou explicações tão inventadas como até do nosso aí
Amor.


Amor que apenas a mim sufoca.
Amor que morre e renasce a cada olhar profundo.
A cada riso compartilhado.
A cada segredo inventado.
A cada sorriso negado.

Amor de paranoia.
Amor de ilusão.

Somente a mim, como cruz,
Resta sentir o quentume de meu coração
Exagerado.
Bate tanto, pena,  que as vezes teimo que explodirá.

Antes sangue,
Jorrará pus de paixões mal curtidas,
Mal matadas.
Mal vividas.



E que não, perdi-me no alento de meu sofrimento.
Sozinho mais uma vez fiquei em meu castelo.



Fugiste!
Covarde!
Não queres pra ti a lama de ternura ou nem ainda
O tal pus da paixão.
Quem nem fedes…


Tens medo de morrer de amores loucos.
Perder-se nos mistérios etéreos por traz de mim.


E eu quem nem sou tão complexo assim.
Apenas li alguns livros russos grossos e bebi cervejas demais
Sozinho.




Perdoo-te.
Devo confessar-lhe que minha necessidade dura menos que meu desejo.




Criança Vegana

          … deu 4 e 70 senhora… obrigado… . …sua sacola rasgou pode deixar que eu vou  ajudar… . …muito obrigado moço… …senhor… . … e como v...