O fantástico mundo de Bob






Acordei num tempo estranho,
Admito.
Não sei mais quem sou.
Perdi as horas, os anos.
O sono.

Ninguém para me sacudir.
Dizer as horas… .

Pois sim!

Acordei e vejo a bagunça de meus aposentos.
Revirados, baratas, doses derrubadas no carpete barato.
Maus cheiros…
Maus cheiros de uma existência desperdiçada.




Que horas são?
Que tempo está lá fora?
Chove? Tomara!

Mas não!
Achas?

Brilha Sol de meio-dia.

Todos já foram para seus futuros e tu
Oras! Ainda de pijamas.
Roupas velhas.
Performáticas idéias clichês!
Esperando o amor ainda feinho.





Acordei num tempo estranho.
Admito.
Não sei qual esquina virar.
Perdi o rumo, o prumo.

(Porém sobram estilos não aplicáveis
De uma mente inativa.).

Cansa-me sempre,
Isso de a todo tempo
Sempre uma nova revisão de meus erros.
De erros pregressos.
Não lembraveis,
Inventados em prol da crucificação particular
E então imperiosa,
Por não se comparar a nada.
Por apenas no meu mundo existir.

E existir apenas para punir-me.
Sangrar-me.

Mundo outrora este, excluível.
Sobrável.
Tão imutável quanto desnecessário.
Um quadro brega na parede de minha sala.




A quem devo pedir minha liberdade de mim mesmo?

A quem devo pedir minha paz?

A mim mesmo?
Ao grande algoz?
Aquele que se mostra sem meu aval.
Sem meu apreço.
Sem meu pagamento?

Divido-me a todo momento.
Racho-me por qualquer situação.

Ponho-me num espelho etério que apenas reflete meu pensar.

Um delírio de realidade aumentada.
Sou este.
Sou aquele.
Sou até você.

Sou o quem não sabe que é.

Sou apenas o quem sabe o que sente.







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