segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Alfredo - O apaixonado.









A beleza de seu rosto
Distancia-me de sua alma.
Queria mesmo era o abraço.
Apertado.
Sentir ali, pertinho, o calor do seu coração.


Isso sempre foi pedir demais.

Sempre longe,
Lá longe…
Tento em alguma desesperada fuga de mim,
Pegar em seu braço e partir.

Assim mesmo, sem notas de adeus.
Ou explicações tão inventadas como até do nosso aí
Amor.


Amor que apenas a mim sufoca.
Amor que morre e renasce a cada olhar profundo.
A cada riso compartilhado.
A cada segredo inventado.
A cada sorriso negado.

Amor de paranoia.
Amor de ilusão.

Somente a mim, como cruz,
Resta sentir o quentume de meu coração
Exagerado.
Bate tanto, pena,  que as vezes teimo que explodirá.

Antes sangue,
Jorrará pus de paixões mal curtidas,
Mal matadas.
Mal vividas.



E que não, perdi-me no alento de meu sofrimento.
Sozinho mais uma vez fiquei em meu castelo.



Fugiste!
Covarde!
Não queres pra ti a lama de ternura ou nem ainda
O tal pus da paixão.
Quem nem fedes…


Tens medo de morrer de amores loucos.
Perder-se nos mistérios etéreos por traz de mim.


E eu quem nem sou tão complexo assim.
Apenas li alguns livros russos grossos e bebi cervejas demais
Sozinho.




Perdoo-te.
Devo confessar-lhe que minha necessidade dura menos que meu desejo.




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