Solteirão
Se pudesses,
E talvez possa.
Farias tu, Solidão,
Clara,
Olhos mel: mais mistério que doçura.
Cabelos negros, soltos… .
Ideais e sem rumo.
Colocada defronte árvore seca
Como seu rosto
Cavado, numa penumbra que apenas acusa,
Nada dizes
e creio que nada pensas.
Vestido rústico branco,
Revestido, já, da relva negra das folhas podres de seu hálito.
Expelido enquanto pragueja-me.
Corpo preso ao meio, por corda,
firma uma silhueta que
apenas apraz fazer - te mulher,
Minha mulher!
Aceita por acordos de terceiros.
Venta e tudo é negro
Não há medo.
Não há paz.
Eu, sempre patético,
de joelhos, imploro seu amor.
Já que há anos clamo liberdade,
E tu nem a face retornas.
Parto sempre em busca de armas, armaduras
Sortilégios que me livrem,
Ou atem-me finalmente a tu.
Oh! Quão sem tino sou!
Duvido de nosso laço.
De nosso compromisso firmado.
E teimo em sofrer
Fugindo de minha sombra.
Em cada vulto que vejo,
Nas esquinas envolto
Em somente ti.
Nas esquinas envolto
Em somente ti.
Seus conselhos pernósticos,
Sussurrados a cada gole.
Sussurrados a cada gole.
Cantam essa pedra de longa data:
"Só lhe deixarei partir,
Quando realmente me aceitar"
Comentários
Postar um comentário