terça-feira, 26 de abril de 2016

O pajem





O pajem


Acabrunhado.
Encaracolado em obrigaçoes e tabus imaginários.
Olhar perdido, abandonado.
Simulacros de felicidade.
Talhado em servilismo pela aceitação.

Pobre serviçal.
Sempre atrás de alguém.

Talvez até lhe tenham apreço.
Uma especie de valor velado, secreto.
Vergonhoso de se mostrar.
E o pobre fareja sua carniça.
Sente um misto de ódio e pressa.

Vai cão de rua!

Lá já vão se afastando, é preciso alcança-los.
Ou ei de perder a próxima solicitação.
A próxima obrigação.

Cansado, não alcança seu amo.
Sente o vazio da falta de humilhação por alguns instantes.
E da falta surge o espectro:
De fora do meio que sempre quis pertencer,
Quem seria?

Anos arrastando uma paixao mórbida pelo que não foi.
Pelo que não conseguiu fazer..
Submisso a um fantasma opressor de si mesmo.
Que faria ele se agora mesmo.
Num lance louco de um manhã fresca de outono.
Jogasse bandeja e o linguajar pseudoculto
No rio abaixo… .
Na saudade de um passado morto… .

E simplesmente partisse… .
Coração de guia… .
Cabeça de antena… .

Não que seja tudo essa tal liberdade,
Mas importante antes seria a disciplina,
O motivo e a direção.

                                            
                                                        Fabricio Januário 

 

sexta-feira, 22 de abril de 2016

A Rainha Louca Voadora





Todo inicio é sempre o mesmo ritual.
Alivio, Ansiedade, Medo.
Sonhos de hoje.
Sonhos de amanhã.
Para de uma semana próxima.

“Há sonhos para uma vida inteira.”

Mas…
O que fazer para não acordar?
O que fazer para não falhar.

Não consigo mais recomeçar… .

Devo acreditar que sou forte.
Ou esquecer de vez.

Pular do muro.

Ter uma nova aspiração.
Ou uma velha sensação.
Um novo dia.
Meu caminho encontrou a rota reta.
Direta,
cheia de pedra.

Vai cansar, mas
Da pra ir.

Só preciso buscar minha cabeça

Aquela lá…,
Vive voando.
Orbitando ao redor de qualquer poste de luz.
Pôr ela sobre meu pescoço
E que ela entenda que aqui é seu lugar.
Basta de outro corpo.
Basta de outro alguém.

Somos apenas eu,
Você e a chuva, talvez,
Novamente,

O Rei Ruivo Deportado.





Olhando daqui.
Sem lhe ver, à espreita.
Acredito que tenho chance.
Acredito que pode acontercer.

Menos que isso basta para por meu coração em descompasso.
Corre à frente de tudo, desesperado,
Criança perdida.
Quer diversão. Depois amor.
No afã de ter, peca por não fazer.

Perde-se em afetações.
Enche-se de trejeitos e olhares.
Confunde-se com o simples
E perde novamente
Aquilo que nunca teve.

Digo calma!
Segure a corda que lhe joga a razão.
Salve-se.
Não seja teimoso,
Pare de reclamar e responda:
“Sabes o que está fazendo”

Não!

Não sabe.

Nada diferes da solidão que captas.
E irradias.

E da parte que invento.
Seria tu o meu intento.
Quem sabe desta vez.
Em conjunto.
Cada dia, devagar.
Encontro alguém para me acompanhar.



Criança Vegana

          … deu 4 e 70 senhora… obrigado… . …sua sacola rasgou pode deixar que eu vou  ajudar… . …muito obrigado moço… …senhor… . … e como v...