O pajem
O
pajem
Acabrunhado.
Encaracolado em
obrigaçoes e tabus imaginários.
Olhar perdido,
abandonado.
Simulacros de
felicidade.
Talhado em
servilismo pela aceitação.
Pobre serviçal.
Sempre atrás de
alguém.
Talvez até lhe
tenham apreço.
Uma especie de
valor velado, secreto.
Vergonhoso de se
mostrar.
E o pobre fareja
sua carniça.
Sente um misto
de ódio e pressa.
Vai cão de rua!
Lá já vão se
afastando, é preciso alcança-los.
Ou ei de perder
a próxima solicitação.
A próxima
obrigação.
Cansado, não
alcança seu amo.
Sente o vazio da
falta de humilhação por alguns instantes.
E da falta surge
o espectro:
De fora do meio
que sempre quis pertencer,
Quem seria?
Anos arrastando
uma paixao mórbida pelo que não foi.
Pelo que não
conseguiu fazer..
Submisso a um
fantasma opressor de si mesmo.
Que faria ele se
agora mesmo.
Num lance louco
de um manhã fresca de outono.
Jogasse bandeja
e o linguajar pseudoculto
No rio abaixo…
.
Na saudade de um
passado morto… .
E simplesmente
partisse… .
Coração de
guia… .
Cabeça de
antena… .
Não que seja
tudo essa tal liberdade,
Mas importante
antes seria a disciplina,
O motivo e a direção.
Fabricio Januário
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