terça-feira, 25 de agosto de 2015

A Covardia da Salvação.






Venham! Venham!

Apresento – lhes o pêndulo da vida.
A corda bamba das emoções
O chapéu maluco das vaidades
O arco iris das explanaçoes sobre qualquer coisa inútil.

Convido – os a festa do Juca:
Muitos convidados e pompa em demasia.
Consta aí,
Bexigas coloridas de um gosto duvidoso... .
Taças de plástico.
Regabofe onde ninguém paga e todos bebem.
Afinal quem é Juca? Pergunta um comiserado inconveniente.
Que importa! Retruca um realista empanturrado.
E todos aí riem do idiota já no fim da pândega.

Funeral de um palhaço.

Dancemos então a melodia do falsiê.
Mintamos pra caixa do mercado e sentiremo – nos vingados
Por injúrias desconhecidamente patéticas.
Por um afeto perdido a desleixo próprio.
Apontar o dedo a si, no espelho e questionar o própria imagem.
Como se ali nao fosse quem é.
Numa retórica eterna, fascinante e viciante.

Subamos num palanque.
Se agora lha apraz.
Pequeno, claro. Humilde!
Nada de grandeza.
Costruido ali, de suor, com tábuas da rua.
Depois, num evento arrajado,
Cantaremos no lampejo da coragem
Do herói derrotado.
Os amores perdidos pela vergonha.
As mentiras declamadas para continuar sendo aceito.
As infâmias cometidas em prol das mentiras.

Direi malditas?
Direi.

Malditas mentiras.

Ah!
Esperaremos aplausos.
E o quanto esperamos por tudo?
Não por nada.
Apenas pela verdade ali dita.
Pela confissão da Verdade
Valiosa qualquer.
Nem que apenas por mim.

Talvez por nós!

Tanto faz.

Perderemos então agora nossa alegria.
Nossa própria companhia.
Num sem fim de andar de passos pesados, demorados.
Sem querer chegar.
Caminhar pelo vento.
Um sinônimo de liberdade atingível só no vácuo.

Brindemos, pelo fim, ao Grande Final.
Desejar o Nada.
O objetivo mor.
A utopia!
A Fuga metafísica.


PS:
Brindemos, oras, também a Covardia.
O que seria dos fracos sem ela.
Sem seu apoio não-declarado.
Sua guerra fria.
A religião dos que se perdem.
A Salvação dos que o Nada querem.



Resgate da Alma Perdida.






A dor irradia-se por esses dias
Nos cheiros indecifráveis do mal.
Um misto de pena e desespero
Agarrou – se a mim.
Traz o passado.

Como uma criança perdida
Implorando o rumo da casa esquecida.
Nos olhos,
de meu pai, vi minha tristeza pela solidão e
A vergonha de não conseguir vir a nada ser
No final dos sentidos.

Queria abraça – lo, 
Dizer o que sinto, 
Conforta – lo, talvez, se meu medo permitisse:
E que nada têm importância mais.
Escolho ser seu orgulho, não por nada,
Apenas por salvá – lo da agonia de não ter o que se quis
Pela vida.
De ter visto passar o bonde dos sonhos e não tomá – lo
Por parar no desconhecido e la ter que fazer morada.

Tenho – lho sob minha pele.
Junto ao sangue em minhas veias 
vai em mim também seus enganos.


Pai,
Não temas!

Tocarei suas músicas preferidas, 
Numa inédita festa de família, 
Com seus olhos brilhantes verdes que lhe herdei, 
Sem demostrações,
Pois sei que não gostas.

Perdoe – me,
Sentirei seu coração bater feliz pelas fantasias de um tempo que não existiu.

E sua alma voar.
Finalmente!
Livre por saber simplesmente
Que lhe amo, meu Pai.


O Lembrete do lembrete.





Sinto a minha Fé como um topor!
Comprimida, sem ar.
Suspensa.

Sofrida na alma.
Pesada no coração.

Não era pra ser assim;
Era pra ser fluída
Um riacho no domingo à tardezinha.
Lá, não lembram...
No fundo das roças de minha infância.

Queria nada da vida ali.
Era tão bom.
Perfeito lugares verdes.
Poeira vermelha na cara.

Ia sempre à frente, brincando com o vento.
Sem pensar em futuro.
Simples, sem afobação.
Não pelo tempo que era longo ainda,
antes pelo amanhã que acreditava existir.

Tão mecânico.
Tão divino.

Em minha lembrança mais remota
Estou só.
Eu me basto, não sou um iludido clássico.
Porém sinto a vontade latente do meu mundo.
A angústia por não se adequar ao padrão vigente.
Sempre recorrente.

Não fujam da estória, meus íntimos.
Não neguem a  subserviência que grita a cada rejeição.
O engano mora na escolha sua de quem leva o galardão da obediência.
E prometo:
A daremos sempre a quem não merece.
Justifica os pecados íntimos.
Acoita as faltas com os próximos.

É a liberdade do miserável.


Pobre de mim, então seria.
Se tudo não fosse mentira.
Covardia!
Prognóstico da vergonha!


E qual esse final sem tempero?

Não!
Por toda carga que carregas,
Delicadeza pra si
Seria o mínimo de descanso.


E nisso decido então falar.
O que mais temos?

Esconder os afrontes em metáforas baratas.
Conversar com a lua cheia, sentir seu poder.

Ou num sonho,
Olhar dentro dos seus olhos,
Num bar, com música velha tocando.

Uma dose...
Tons de vermelho...

E não sentir medo.
Aceitar não quem somos,
Pois isso acho que não queres admitir.
Mas ao menos aceitar o que sentimos.




Criança Vegana

          … deu 4 e 70 senhora… obrigado… . …sua sacola rasgou pode deixar que eu vou  ajudar… . …muito obrigado moço… …senhor… . … e como v...