terça-feira, 29 de setembro de 2015

O Ventríloco






Já nem poderia.
E agora menos,
Reclamar da inútil e doce vida minha.

O tempo foi-se indo,
Desfilando.
Exibindo – se demais


Cansei – me.

Não sei se será do modo que sonhei:
As belas besteiras que no remoto do passado que me lembro,
Faria, na razão, quando o sentido dia chegasse.



Um grunhido vem surgindo do dentro de nada:
Reivindicarei meus direitos felizes.
Pleitearei alguns favores amorosos.
Aceitarei os compromissos das horas.
A responsabilidade das palavras.
O envolvimento dos sentimentos.


Sinto assim e agora o peso do meu desinteresse.
Escolhi viver como eu quis:
Sem regras.
Sem aceitações.
Escolhi a infelicidade por preguiça.

Sai pela Vida vestindo a empáfia sob medida.
Cria que apenas por tentar, já teria.
Esqueci do mérito.
Do esforço sem medida.
Da Fé.




E lá vi um mundo solto.
Sem respeito, sem valores
Por soma qualquer.
Um tempo perfeito para os meus:
Fracos e sem nenhuma intenção.

Seduzi – me.
Nas madrugadas gastava minha vida
Dialogando ideais velhos, com batidas de salvação.

Pensei, enfim, nessas incursões sedutoras
Ter encontrado meu alento
Desta tão minha e sozinha vida.

Tudo era tão romântico... .
Romântico e eterno.

Tão eterno enquanto durou... .
Durou o tempo exato pra virar meu tormento.

Foi – se e nada levou.
Deixou – me um coração ansioso,
Nervoso,
Por uma nova estrada.
Nela caminhar leve sem o medo da sombra que me acompanha.

Sorrir para os vizinhos e
sem o medo do afronte,
Seguir com o sol da manhã na cara,
Quentinho,
O Destino que sei que não é meu
Pelo pouco caso que fiz da aventura.





terça-feira, 25 de agosto de 2015

A Covardia da Salvação.






Venham! Venham!

Apresento – lhes o pêndulo da vida.
A corda bamba das emoções
O chapéu maluco das vaidades
O arco iris das explanaçoes sobre qualquer coisa inútil.

Convido – os a festa do Juca:
Muitos convidados e pompa em demasia.
Consta aí,
Bexigas coloridas de um gosto duvidoso... .
Taças de plástico.
Regabofe onde ninguém paga e todos bebem.
Afinal quem é Juca? Pergunta um comiserado inconveniente.
Que importa! Retruca um realista empanturrado.
E todos aí riem do idiota já no fim da pândega.

Funeral de um palhaço.

Dancemos então a melodia do falsiê.
Mintamos pra caixa do mercado e sentiremo – nos vingados
Por injúrias desconhecidamente patéticas.
Por um afeto perdido a desleixo próprio.
Apontar o dedo a si, no espelho e questionar o própria imagem.
Como se ali nao fosse quem é.
Numa retórica eterna, fascinante e viciante.

Subamos num palanque.
Se agora lha apraz.
Pequeno, claro. Humilde!
Nada de grandeza.
Costruido ali, de suor, com tábuas da rua.
Depois, num evento arrajado,
Cantaremos no lampejo da coragem
Do herói derrotado.
Os amores perdidos pela vergonha.
As mentiras declamadas para continuar sendo aceito.
As infâmias cometidas em prol das mentiras.

Direi malditas?
Direi.

Malditas mentiras.

Ah!
Esperaremos aplausos.
E o quanto esperamos por tudo?
Não por nada.
Apenas pela verdade ali dita.
Pela confissão da Verdade
Valiosa qualquer.
Nem que apenas por mim.

Talvez por nós!

Tanto faz.

Perderemos então agora nossa alegria.
Nossa própria companhia.
Num sem fim de andar de passos pesados, demorados.
Sem querer chegar.
Caminhar pelo vento.
Um sinônimo de liberdade atingível só no vácuo.

Brindemos, pelo fim, ao Grande Final.
Desejar o Nada.
O objetivo mor.
A utopia!
A Fuga metafísica.


PS:
Brindemos, oras, também a Covardia.
O que seria dos fracos sem ela.
Sem seu apoio não-declarado.
Sua guerra fria.
A religião dos que se perdem.
A Salvação dos que o Nada querem.



Resgate da Alma Perdida.






A dor irradia-se por esses dias
Nos cheiros indecifráveis do mal.
Um misto de pena e desespero
Agarrou – se a mim.
Traz o passado.

Como uma criança perdida
Implorando o rumo da casa esquecida.
Nos olhos,
de meu pai, vi minha tristeza pela solidão e
A vergonha de não conseguir vir a nada ser
No final dos sentidos.

Queria abraça – lo, 
Dizer o que sinto, 
Conforta – lo, talvez, se meu medo permitisse:
E que nada têm importância mais.
Escolho ser seu orgulho, não por nada,
Apenas por salvá – lo da agonia de não ter o que se quis
Pela vida.
De ter visto passar o bonde dos sonhos e não tomá – lo
Por parar no desconhecido e la ter que fazer morada.

Tenho – lho sob minha pele.
Junto ao sangue em minhas veias 
vai em mim também seus enganos.


Pai,
Não temas!

Tocarei suas músicas preferidas, 
Numa inédita festa de família, 
Com seus olhos brilhantes verdes que lhe herdei, 
Sem demostrações,
Pois sei que não gostas.

Perdoe – me,
Sentirei seu coração bater feliz pelas fantasias de um tempo que não existiu.

E sua alma voar.
Finalmente!
Livre por saber simplesmente
Que lhe amo, meu Pai.


Criança Vegana

          … deu 4 e 70 senhora… obrigado… . …sua sacola rasgou pode deixar que eu vou  ajudar… . …muito obrigado moço… …senhor… . … e como v...