A dor irradia-se por esses dias
Nos cheiros indecifráveis do mal.
Um misto de pena e desespero
Agarrou – se a mim.
Traz o passado.
Como uma criança perdida
Implorando o rumo da casa esquecida.
Nos olhos,
de meu pai, vi minha tristeza pela solidão e
A vergonha de não conseguir vir a nada ser
No final dos sentidos.
Queria abraça – lo,
Dizer o que sinto,
Conforta – lo, talvez, se meu medo permitisse:
E que nada têm importância mais.
Escolho ser seu orgulho, não por nada,
Apenas por salvá – lo da agonia de não ter o que se quis
Pela vida.
De ter visto passar o bonde dos sonhos e não tomá – lo
Por parar no desconhecido e la ter que fazer morada.
Tenho – lho sob minha pele.
Junto ao sangue em minhas veias
vai em mim também seus enganos.
Pai,
Não temas!
Tocarei suas músicas preferidas,
Numa inédita festa de família,
Com seus olhos brilhantes verdes que lhe herdei,
Sem demostrações,
Pois sei que não gostas.
Perdoe – me,
Sentirei seu coração bater feliz pelas fantasias de um tempo que não existiu.
E sua alma voar.
Finalmente!
Livre por saber simplesmente
Que lhe amo, meu Pai.


