quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Espelho Perdido






Pensar. Sofrer.
 Sofrer. Pensar.
Uma tic - tac interminável
Um cata vento gigante.
Girando..., girando...
Jogo a ancora.
Estou nas nuvens.
Um dia sem inspiração,
Onde nada sabemos e tudo sentimos.
 No éter estão as mudanças
O oco da mente é o prelúdio de novos tempos que se avizinham.
O acaso assusta quem não sonha.
Se perder na vida é um ato de coragem
Voltar, mostra respeito ao que lhe realmente importa.
Em nenhum momento esquecemos quem somos.
A esperança de uma vida melhor nasce exatamente disso.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

CRASH - Parte 2


            Abro os olhos e volto a respirar.

Lentamente, vejo luzes passando por sobre minha cabeça e como um flash, sei de tudo. Ouço o médico dizer que eu acabara de voltar de uma parada cardíaca. Estavam preocupados com meu estado cerebral. Acalmem – se, estou aqui. Tentei falar e não consegui. Tentei me mover e não consegui. Então não estou aqui. Via e ouvia tudo. Estava sendo levado numa cama para o que certamente era uma sala de cirurgia. O que teria eu? Não sabia. Era um estado estanho, uma semi – morte: via e ouvia claramente e não podia fazer nada. Minha mulher caminhava ao lado da cama, continha o choro, mas eu sabia que ela sabia: não sairia dali vivo.
Eu há amava, nunca tivemos filhos, mas eu a amava. O filho é o ponto chave, ela sempre quisera e eu nunca preparado. Só meu amor não bastava para ela, e isso me incomodava, mas é a conseqüência natural das coisas, mulher quer ser mãe. E foi. Rompemos a mais de um ano e meio, e com toda sinceridade possível, disse: estou apaixonada por outro homem. Nada puder fazer a partir de então, deixei-a ir. Nunca superei. Desapareci, mas acompanhei sua vida de longe, quando soube de sua gravidez, sofri muito, mas tinha ilusão de que o seu amor por mim com a gravidez que tanto queria, fariam – na voltar para mim. Esperei ate o quinto mês do filho, que era menino e decidi então procura – la, depois de muito debate interno. Da decisão ate o fato, foram três meses, seriam mais se uma noticia não mudasse tudo. Ela se casaria. Isso já era muito, era o fim.
            Nego a dizer o que fiz para estar aqui nessa sala de cirurgia agora, já sei que vou morrer e então nada mais importa. Estou sendo entubado. 
           Vejo a mulher que amo pela ultima vez.

domingo, 4 de setembro de 2011

CRASH - Parte1



Fiquei muito tempo fora de combate, será que terei coragem de atirar? Sem ver o inimigo tenho coragem.
Saímos na neve. A brancura faz a cena insólita. Incrível não comparar a solidão da neve com o meu estado de espírito. Éramos vários, porém não havia comunhão entre nós. Sentíamos o cheiro da morte e isso nos apavorava tanto, que nada mais fazíamos ou sentíamos, a não ser caminhar e pensar na dor da bala perfurando nossos peitos.
Olhei para meu companheiro que caminha segurando a arma como se fosse um escudo e vi que em todos esses nove meses de treinamento, não sei se vão deixar filhos ou esposas. Agora não da mais tempo, e também nem sei como falar mais.
Sob ordens, começamos a nos distanciar uns dos outros. Logo à frente, vejo sob forte nevasca, uma floresta. O vento sopra mais forte e tudo desaparece. Mais uma ordem e tenho que entrar. Caminho a passos lentos, o terror toma conta do meu corpo. Penso em correr. Idéia mais ridícula. Não a fuga real na guerra. Se saísse correndo, talvez fosse alvejado mais rápido por um dos meus companheiros do que se continuasse. Curiosidade e dignidade também me instigam, a arma me reconhece como um dos seus. Recebo as ordens e com aquela calma neurótica do momento onde não há mais volta, entro.
Tento não fazer barulhos, não sei quantos e onde estão. Sei apenas que muitos já morreram nessa guerra e o fato de que talvez eu fosse mais um comia minha mente. A neve dificultava as coisas. A floresta era aberta e a luz penetrava com facilidade, porem a neve caia forte e o vento..., um barulho. Me abaixo e vejo um deles caminhando na mesma direção que eu.  
Na minha mira. Posso acabar com ele agora, se eu quiser. O momento é esse.

Criança Vegana

          … deu 4 e 70 senhora… obrigado… . …sua sacola rasgou pode deixar que eu vou  ajudar… . …muito obrigado moço… …senhor… . … e como v...