Corote

 


Não sei o que houve.

Não sei nem se houve.

Só acreditei em algo aconteceu

E o tempo passou.



Passou muito e tudo.

Passou o que não volta.

E passou também 

O que não vem,

Mais.



Quero mudar 

Sorte a minha.


Mas minha banheira de álcool colorido

Que faz lembrar minha infância

Não deixa.


Não deixa nem pensar.

Não deixa nem sentir.



O que faço com a solidão pensei um dia?



Hoje sei.

Eu me perco nela.

No seu vazio.

Preencho com o álcool que resta de loucura

Daquele dia em questão.



Loucura

a minha paixão.

Chegou.

Ficou e não me abandonou.



É solidão a primeira gosma dos seres humanos.



Nós geramos a solidão.

Como um ser patético.

Um grande hipotético

de quem sempre nos perdemos.




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Tenho o Sol

Tenho a Lua

Tenho as plantas, 

Ar.

Tenho tudo 


Tenho a Vida 

Tenho a Morte.


Tenho o Infinito.

E mesmo assim sou quase 

Um infeliz.




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