Richard





Mataram - me.
Morri.

Ressuscitei-me.


Mataram-me.
Matei - me.
Morri.



Ressuscitei-me.
E não me mataram desta vez..



Caminho ainda  de olhos cinzas abertos.
Cabeça caída.
Cabelo crescido.
Bigode novo espetado.


Quem quer ver-me,
Verá-me assim:
Cinza.

Quase negro.



Matei-me.
Não morri.


Ressuscitaram-me.
Não vivi.




Alguém procura-me
Perdido como eu nas névoas da vida.
Não sabendo o errado.
Não entendendo o certo.
Procura-me apenas pelo impulso da ilusão.

Ilusão onde os meus e, talvez, seus olhos chorem.




Quem me dera um dia acreditar
Que o mais simples fosse o mais importante:





Um olhar.
Um sorriso.
Uma oração.
Um pedido.
 
Qual?


Afaste-se.
Retire-se de mim.

Fecho agora a cancela de minha alma.







Sorria pra mim, mas nunca diga que me ama.
Quero tudo, mas só se for de mentira.
Tenho o medo do meu sentimento.

Sou tu, esqueceste?

Cada dia passa e tu não chegas.
E nem vais.

Sua sombra.
Seu calor.
Seu não-perfume.
Seu não-adeus.










Estou morto.
Ressuscitaram - me.

Não vivi.





A liberdade que tenho é sem fim.
Seria feliz, eu, por ti?

Sobra-me medo e coragem.

Coragem de abrir a porta.
Coragem de sorrir.
Coragem de olhar-te nos olhos.

Medo de ter-te e ali depois, perder-te.
Medo de nunca tu entenderes-me
No carinho sigiloso de meu amor.


Medo de partires e ficar apenas meu olhar a procurar-te
No escuro quarto conhecido de minha amada solidão.




















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