Pré-maturo




            





Hoje era sol de meio dia e ia eu feliz cantando sem a chuva e sem você.
Sem vento de você.

Com vento de brisa.
Com vento de areia.
Com vento de menos de você.

Estaria livre por fim?
Livre do sortilégio do mundo invisível​?
Sem as amarras da paixão insensível?

Sem sonhos.
Sem planos.

Livre do pesar de termos sido nada.

Esperança perdulária.
Uma trouxa suja de sentimentos.
Sangue ralo, sem sabor.
Pele seca, sem humor.

Foi-se.
Sem ter sido apresentado.

Sucumbi ao desprezo e a realidade de que nada existe.

Talvez seja um louco, isso sim.


Não. Isso não.






Nem quero mais ser o mesmo agora.
Hoje o dia começou de chuva.
Goteiras… .

Você invadindo meu sonho bobo.

Como ousas?
O que queres?

Oh! quão cansado só no pensar.
Queres nada, foi eu e nada mais.
Queres nada, sonhei e agora? 
Agora tanto faz.

Não fui culpado.
Fui apaixonado.
Ignorado.
Ego ferido.

Não fui culpado.
Fui enganado.
Ignorado.
Coração partido.

Deveras…
Fui um iludido.



Ao meu dito sofredor.
Peço perdão.
Sou animal.Sinto.
Pé no chão.

Termino sozinho
Com a doce tristeza de ter ao menos tentado.



Perco nada além do precioso tempo.
Estou vivo, mas não posso mais esperar.
Vou ali, procurar um novo canto pra chorar.
Esperar e recomeçar.

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