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Tentei.

Desde a mentirosa verdadeiramente fantasiosa mentira.

Desde a tentativa certeira do meu erro.



Divago nas sensações cadenciadas de minha morte:
Cada dia passado,
Há esperança renovada no automático vital que intencionalmente ignoro,
Soma um ponto a menos dos sonhos que se vão em em fila indiana com os dias corridos.

Isso não me incomoda.
Transbordem meu copo!
Ali sim reside a verdade.
E de mim ali ninguém a rouba.

No anseio de ser algo cabível nessa sociedade,
Antes que o pano negro do fim da peça caia sob minha cabeça dura,
Quero pintar de azul meu quarto alugado
E tentar roubar dele a calma que me instiga.

Aquela que busco em becos escuros pela rua vazia de minha vida.

Quando chove, ela aparece desenhada nas nuvens.
Ou atrás das árvores que choram seu pranto natural.
Vem devagar, rastejando na relva, se ela existir, buscar companhia em meu coração.
Fico feliz por momentos e tudo se vai novamente.
Deve enfadar-se, a coitada!

Eu não lhe dou muita atenção.
Fico tenso em sua presença.
Misto de culpa e certeza de sua partida.




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