Você
Desesperançado estive.
Estava.
Relembro apenas de seus cabelos
Presos, balançando frenéticos
Embalados pelo vento da chuva magica que se avizinhava.
As horas e a indiferença de seus olhos,
num arranjo cirúrgico.
Calhou então ao sonho de uma solidão compartilhada.
E apaixonei - me.
Surge então o miserável!
E conta daí um caleidoscópio de ilusões.
Realidade essa, somente.
Sob fantasia de amigos
,chegaste até nem eu mesmo sabia que caberias.
E como era eu feliz no meu delírio!
Brindes financiados.
Juras forçadas.
E eram reais, afinal eu as ouvia de sua boca morta!
Mas onde estariam, essas ditosas?
Onde eu estive?
Não importava!
O reflexo dos copos vazios
Estendido ao fundo de seus olhos já vermelhos,
Via - me sorrido, á toa, de qualquer tirada sua.
Já bastava apenas isso.
Não pediria mais nada.
Quem era eu para tal audácia!
Sentada com os pés ao vento, faceira como nos livros.
Disfarçando receio, quero crer.
-Vou - me embora - disse de chofre.
Preciso viver, entendi eu.
Cabeça baixa como de praxe,
Sabia que meu fim fora estipulado.
Minha mente fervilhava: que direi?
-Não se deve ficar a quem não se agrada o lugar!
Nasce então o pedante!
Era noite de tormenta.
Tormenta maior que a do céu que avizinhava.
Novamente, com sua cafonice repetitiva e poderosa.
Só que desta vez ela caiu…
Dizendo - nos que tudo tinha se findado.
Não pude dizer - lhe nada!
Pedir que não fosse??
(Sim! Por que não?)
Não! Sou um novo pedante, agora!
Apenas um abraço afastado pelo medo e covardia, tive.
E foi - tu e finalmente acordei.
Não voltarás jamais! Soube.
E se voltares,
Quem já serás eu mesmo que nem mais sei quem sou por ti.
FJ.Ferris
FJ.Ferris
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