Vulto

 


Arrumo meus livros

Não terminados, 

Mas quase lidos,

na esperança de vida

lá em qualquer capítulo

eu encontrar..


Passo pano, 

Passo pano com álcool.

Perverso,

Nos de capa de papel.


Nos de capa dura: 

Mel.

Brilho.



Sim.

Tenho ali meus preferidos

E afins e tals.


Fui limpando

Acariciando

Olhando pros coitados não lidos e

Ignorados



Meio lidos.

Desinteressados.

Largados ao meio.


Mal amados por mim.

Como sempre.










(a ridicularização do sentimento.

a idealização do vazio de todos.

a idealização do vazio.

a idealização de todos.



a ridicularização da emoção.



o  eu não te quero 


o eu não e sirvo)





Me serve?

Eu te quero.

Mas só por enquanto.


Não me questione.



Eu só quero desaparecer.



Não me questione.



Eu não te odeio.

Eu só nem me amo.


Eu me odeio.



Eu não sirvo.








O meu não-ser já reclama algo.

Reclama não-amor







A realidade não cabe no correto.

A hipocrisia é minha e sua moral.

Querer amor é demais pra qualquer um.

Falimos em sermos perfeitos.



Não podemos amar, amor estranho.












E lá vem ela

Morte.

Linda na realidade.


Lá vem ela caminhando

Sempre, 

Mas hoje com mais pressa.




Sinto o cheiro do fim.

Do meu fim.



Não sinto mais amor.

Não sonho mais também.

Mesmo que eu não morra, 

Vivo eu não mais estarei.






Lá vem ela caminhando.

A linda minha morte.

Amada.

Já a vejo.


Pequena e persistentemente insistente.

Tal qual uma barata.

Solitária.


Teima incomodar a noite.

Me acordar dos sonhos.







Lá vem ela caminhando.


Pequena, mas já a vejo.


Pequena e não vou matá - la.



Mataria eu a minha morte?

Mataria eu a minha barata-morte?

Que nada além faz do que esperar e sim

Também morrer comigo?





Lá vem ela lá novamente.

Morte dançante.



Acho que ela ta um pouco maior,

E juro que ela sorriu pra mim.

 

 

 

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