Numa tarde qualquer
De um dia em lugar nenhum.
Canso - me sentado em um bar ali da esquina.
Tento deixar água da vida correr.
Hoje não quero controle.
Quero apenas falar.
Não apenas falar, oras!
Falar e ser entendido.
Isso não vai dar, lembro da mocinha da maquina…
Vão pessoas…
Voltam cães, babando…
Haveria um padrão da Vida?
Alguma probabilidade divina?
Estou estável e levemente entorpecido.
Sinto a leveza fraca que não prelude o final.
E isso é bem incomum.
Quero palavras!
Soltas ao vento.
Aquelas nas bocas dos ébrios.
Jogadas sem rumo
A quem bem quiser usa - las.
Ou aquelas das camisetas de protestos vazios
Sem corações que os sustentes.
Reclamando o pedido não atendido
Sem já não lembrar mais de nada
Pedes mal…
Peço mal?
Não peço nada que todos não tenham.
Peço para ser ouvido em meio a multidão.
Peço por uma vida sem poder.
Peço por mim.
Alma cansada e ciente de muito ainda ter caminho.
Por teimosa ser.






