domingo, 21 de setembro de 2014

Noir







Numa tarde qualquer
De um dia em lugar nenhum.
Canso - me sentado em um bar ali da esquina.

Tento deixar água da vida correr.
Hoje não quero controle.
Quero apenas falar.
Não apenas falar, oras!
Falar e ser entendido.

Isso não vai dar, lembro da mocinha da maquina…

Vão pessoas…
Voltam cães, babando…
Haveria um padrão da Vida?
Alguma probabilidade divina?

Estou estável e levemente entorpecido.
Sinto a leveza fraca que não prelude o final.
E isso é bem incomum.

Quero palavras!
Soltas ao vento.
Aquelas nas bocas dos ébrios.
Jogadas sem rumo
A quem bem quiser usa - las.

Ou aquelas das camisetas de protestos vazios
Sem corações que os sustentes.
Reclamando o pedido não atendido
Sem já não lembrar mais de nada

Pedes mal…

Peço mal?

Não peço nada que todos não tenham.
Peço para ser ouvido em meio a multidão.

Peço por uma vida sem poder.
Peço por mim.
Alma cansada e ciente de muito ainda ter caminho.

Por teimosa ser.

Você



Desesperançado estive.


Estava.


Relembro apenas de seus cabelos
Presos, balançando frenéticos
Embalados pelo vento da chuva magica que se avizinhava.


As horas e a indiferença de seus olhos,
num arranjo cirúrgico.
Calhou então ao sonho de uma solidão compartilhada.


E apaixonei - me.
Surge então o miserável!

E conta daí um caleidoscópio de ilusões.
Realidade essa, somente.
Sob fantasia de amigos
,chegaste até nem eu mesmo sabia que caberias.




E como era eu feliz no meu delírio!
Brindes financiados.
Juras forçadas.
E eram reais, afinal eu as ouvia de sua boca morta!
Mas onde estariam, essas ditosas?
Onde eu estive?


Não importava!
O reflexo dos copos vazios
Estendido ao  fundo de seus olhos já vermelhos,
Via - me sorrido, á toa, de qualquer tirada sua.


Já bastava apenas isso.
Não pediria mais nada.
Quem era eu para tal audácia!





Sentada com os pés ao vento, faceira como nos livros.
Disfarçando receio, quero crer.


-Vou - me embora  - disse de chofre.
Preciso viver, entendi eu.


Cabeça baixa como de praxe,
Sabia que meu fim fora estipulado.
Minha mente fervilhava: que direi?


-Não se deve ficar a quem não se agrada o lugar!
Nasce então o pedante!





Era noite de tormenta.
Tormenta maior que a do céu que avizinhava.
Novamente, com sua cafonice repetitiva e poderosa.
Só que desta vez ela caiu…
Dizendo - nos que tudo tinha se findado.


Não pude dizer - lhe nada!
Pedir que não fosse??
(Sim! Por que não?)
Não! Sou um novo pedante, agora!


Apenas um abraço afastado pelo medo e covardia, tive.



E foi - tu e finalmente acordei.
Não voltarás jamais! Soube.
E se voltares,
Quem já serás eu mesmo que nem mais sei quem sou por ti.



FJ.Ferris





terça-feira, 9 de setembro de 2014

T.G.





Sinto - me esvaindo, cansado.
A fé oscila e num devaneio
Sentado à espera de uma novidade.
No fronte da batalha cotidiana.

A espuma do café que inutilmente tomo
Brilha energia.
Tenta renovar - me.
É pouco. Não seria,
Mas é.

O céu limpo cobre a brisa suave.
a luz partida de um Sol oculto qualquer
Aconchega e acaricia.
Refletida nas folhas de um coqueiro desanimado.

É nítido o complô circunstancial para animar - me.
Mas estou realmente cansado.Não há dia sem luta.
Maiores.
Menores.
Inúteis.

Quais seriam estas?
Aquelas que nos assustam?
Aquelas que não são nossas?

E não há tempo.
Lute apenas - sentenciaria o sabido -
Escolha é luxo de preguiçoso.


Pantera Deslumbrada






A noite lá de fora soa mais interessante  que a minha, fria, aqui dentro.
Estou só. Ou não.
Mas isso não importa.

Quem lá de seu prazer acompanhado.
Imaginará minha existência?
Meus medos.
Minhas taras e tristezas.

Fico então por aqui. Não me movo.
Selecionando causadores
e dividindo culpas.
Recitando sermões longuíssimos.

Ser egoísta não era meu sonho.
Perdão.
Entretanto, não há razões para mim.
Entorpecido e sonolento.
Importa - me apenas o nada sentir
E o nada viver.

Seus olhos de mel gelado.
Viam - me transparente.
Uma névoa servil.

Não me importa.
Não seria você mesmo.
Eu sempre soube
Que suas cores frias nunca se mesclariam
Com o vermelho claro de meu sangue.


sábado, 6 de setembro de 2014

O Ultimo Ataque




Já era tempo de sair para voar.
Voar o voo mais alto e sem fim.


Daqui de cima
Tudo é inofensivo, inútil e surreal.
Apenas o Sol da alento por aqui.
Seu brilho seduz os desavisados.
Sem noção, sentem o calor que ira mata - los.
Traumatiza - los.
Queima - los.

Na despedida, antes do segundo final da porta bater.
Seu sussurro afônico.
Numa ultima cartada.
Tenta um perdão
Inútil, deveras.
Sou humano também.

E quando se num desleixo da certeza.
se me deixasse ficar…
Qual mal não faria a mim mesmo.

És pequeno por assim ser.
Sua vida vai se reduz
ao tamanho do seu caráter.
Uma noz moscada amarela.

Esse é seu mundo.

O Idiota






Há beleza no sacrifício.
Todo mártir e sedutor e quase patético.
Sua dor vazia pelo mundo.
Compensada pelo egoismo de quem falsamente o elogia.

Faz só o bem fia - diz a velhota pervertida sem saiote.
Nunca o vi em baderna ou com mulheres… - insinua o bêbado amigo do amigo.
Um desperdício - desabafa algum sincero.
Apenas sincero.

Alheio a toda essa minucia.
Sem ter consciência do peso que carrega.
Sonha apenas em ser feliz e amar.

Amar sem alvo.
Sem meta.

Abrir os braços e afagar o mundo,

Alguém há que o inspire.
Maior! Único.
Aprende a cada dia que tudo passa.

e sua deixa já vai acontecer.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Disseram que era assim!




E da morte,
O que direi eu?
Se disse tudo.
Não há o que suavizar!
Só nos restam eufemismos anestésicos.


O que sentirei?
Qualquer tentativa de implementação será patética,
Visto a Morte ser também Divina


Não se toca.
Não se prevê.


E um dia lá está!
Num poste.
Numa bala.
Numa overdose.
Num beijo.
Levara a todos nos.


Sim. A todos!


É apenas uma lista com nomes e horas…


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Lua passada
Senti seu cheiro.
Chega cada vez mais perto
Assim é seu jogo. Sua dança sado!
E levou um amigo!
E não a mim ainda!


Deixou uma poeira cinza com um odor acre de fim sem saber.


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Do amigo transmutado.
Coração de Deus.
Navegava em ilusões.
Por saber demais da realidade.
Hoje nada há mais pra ti.
E também nada mais importa.
Não foi a primeira ver e nem será a última.
Verei você de novo sorrindo.
Bonachão.
e dai compreenderemos, acho,  a metade do terço da metade
da verdade que tanto em vão procuramos meu Amigo!


Raphael Morales Bento
R.I.P

O jantar inesquecivelmente imaginário



Sonhei mais um  dia.
e nesse, mais,
ainda quis, na verdade!
Todos, reunidos numa data festiva qualquer.
Volta de uma mesa
De decoração piegas e tais românticas
Toalhas de frutas e cadeiras diversas.
(a minha tinha almofadas, recordo.)


Pai

de cabeceira
Imponente como sempre merecera ser.


Mãe

ao lado
por ser sempre o sustento base da loucura salvadora que sempre teremos.


Fomos livres de sofrer por ti.


À frente
Dignas irmãs antigamente invejadas e hoje saudoso.
Remoroso


e estamos felizes.


Felizes

Fraca luz traz fecho.
Toca nuances de surreal.
Quase vejo sorrisos
e meu coração aperta
não de mal de nada.


Tudo és.
Meu clã!
Seremos um
por tempos e tempos
Nesse,
apenas
sofremos bem mais… quisera…


Estranhamente
Um brinde íntimo.
E já não mais os ouço.
e sinto paz
ou Amor.
não o ensinado
nem o absorvido
legitimo, sim , por nascer da falta de algo mais útil.


e que dói por tao grande
consciência de se ter
e nunca se existir
sempre sentir - se apenas.


e até aqui.
onde nada mais vislumbro que me impeça,
ou me vexame
Falta - me o Ânimo


Queria dizer que os amo.
(se não os digo agora)
Uma única vez.
Antes de acordar




Criança Vegana

          … deu 4 e 70 senhora… obrigado… . …sua sacola rasgou pode deixar que eu vou  ajudar… . …muito obrigado moço… …senhor… . … e como v...