quinta-feira, 24 de março de 2016

O Carro Alegórico.






Se divagas tu, que
um dia me viste partindo já
de manhã, sozinho, com o resto
de um copo, que vou triste.
Não posso concordar-lhe.

À mão,
Como companhia:
Copos, latas.
Vinhos e fumos.
Cheiros como amada minha.
Ainda sim não vou triste.

Batendo nos portões de
ruas escuras.
Perdidas.
Onde bares e festas?
Onde a diversão lá da esquina?
Uma luz fraca.
Penumbra... .
E nem posso dizer que sofro.

Sentado ao canto
De um lugar ali.
Procurando voraz
com olhos famintos, agudos.
Algo que me prenda, me devore.
Me leve daqui a sentir
O que me falta.

Nunca direi palavra
Perjúrio de culpa.
Perdõo a todos
e mais a mim.



Nao era eu que vias
Não era eu que sentias.
Pela vergonha do segredo
De ser um solitário
Caminhante, peregrino.
Envolvi-me num casulo feliz.
Colorido como um unicórnio.

Viver no reinoda mousse.
Sem regras.
Sem clã.
Livre.
Eu sempre fui livre.

As favas...

Pedirei danças ao vento.
Decidi ir ali e voltar.
Decidi me levantar, bocejar e ir la for a ver as estrelas
Na madrugada.
A Via Lactéa.
Os confins do Inìcio da Vida.
O Fim da Vida.
Caminhar e ver o Sol como é forte,
Poderoso,
Intenso e ainda assim
Um dia também vai se apagar.

Nada dura o eterno de nossa vidas.




Desculpem as farsas passadas,
Os roupantes.
Eram ruins.
Mal representados
Não criticados
Provavelmente não assistidos.



terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O Tratado da Esperança







Dirão que fui fraco.
Dirão que deveria ter feito outra coisa.
Dirão que nunca mereci o que tive.
Dirão até que o fim pra mim é pouco.

Não podem julgar – me,
Isso sim. Oh! Pobre semi-humanos.
Meus pecados ignoram.
Tomam – me por eles:
Amados e sempre justificados em seus desejos dispensáveis.

Assim é simples,
Viveremos motivados,
Estimulados,
Impulsionados pela patética vida comum
Que nunca tive.

Basta.
Um trago de dignidade tomarei.
A verdade é que tentei e não consegui.
Há tempos que deveria ter a humildade de ter aceito
Não o erro
E sim a nova chance.

Fico se disseres.
Vou novamente se ordenares.
Devo minha liberdade
À minha vida.

Deixo o que comigo
Não vai, não se encaixa.
Sem nada, sem peso,
A Lua não me assusta com seus sussurros.

Diz lá que ainda há esperança.
Mas sem pressa,
Com a malícia do passado.
E a coragem para expurgar o coração.


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O minimalista desesperado.







Não quero escrever mais nada.
Palavras não me salvam!
Antes, coitado!
Perdido sempre de mim.
Confundem – me.


No letreiro neon de minha memória,
Piscam apenas advérbios soltos:
Se devagar e claramente estes não se explicam,
Francamente, então,
O sinceramente na implementação destes, resolve.



Vejo – me.


E olhes-me só e apenas,
Finalmente como o tal de meu Ele lírico
Numa farsa inventada de Mim,
Que lá na mente do Ele-apaixonado, envenena.
Corrói.
Drena.

Onde lá, tomara, o Ele-agora sozinho,
Corre nas linhas da Esperança na ânsia do desfecho inédito.

Prometido.



Como!?
Por que lá "Esperança" és já realidade inédita?
Já digo ai, pelas antes tais maus servidoras palavras.
Que talvez alguém podeis observar,
Vais agora ganhando uma vida e um louvor.




Mas peno pelas aquelas soletradas que deixo pelos olhos, escorrer.
Focadas de ilusão!
Inocente... .
Transformar-se-ão, estas,
Lá na boca dos canalhas ouvintes convivas.
E justo aquelas que,
Senão foram as queridas, aceitas.
Serão as realmente ouvidas, lembradas.

E repetidas.



[Quero o inédito.
 Quero o Inédito.
 Quero um cor nova.
 Não repetida.[

 
Inédito... .

"Farsa.
Repetição."



E o tal Inédito solteiro é tal que tal do
Pobre meu coração desesperado,
No ávido procura.
Não pelo que é não visto,
Não dito.

Já agora pelo tal também inédito solteiro.
Inédito fasceiro.


Inédito amante.
Bate-louco, também procura.




Só que tal o Inédito é o Inacreditável.


O que queres,
Ele-pedinte.
É o inédito da Imaginação.
Nem os sonhos.
Apenas Ela, dona do futuro.
Rainha dos criadores.
Dama das madrugadas bêbadas.

Dos bêbados que
Por anos procuram pela Pergunta.



E se não choro,
É por não nada sentir.





Pena é saber que tudo acaba assim:
Sem começar.
Apenas uma melodia morta.
Não tocada.
Ignorada.

Rejeitada.






                                                                                                             Fabrício Januário




Criança Vegana

          … deu 4 e 70 senhora… obrigado… . …sua sacola rasgou pode deixar que eu vou  ajudar… . …muito obrigado moço… …senhor… . … e como v...