domingo, 30 de outubro de 2011

Experimento Tx14 -01(vulgo T - 01)


            Era um dia mais que comum. Era um dia prêt-à- porter, dizia minha inteligência inútil. Acordei em meu horário de costume: meia hora antes do despertador. Quarto escuro. Já era hora de trabalhar. Moro numa espécie de cortiço dos tempos modernos. Uma única entrada e vários quartos distribuídos por dois corredores, dispostos em dois andares. Havia duas cozinhas comunitárias como mínimo necessário para um macarrão instantâneo. Eu quase nunca as usava. A esquerda da cozinha de onde vinha um cheiro de vinho azedo, dava acesso ao corredor do quarto onde estava eu neste momento tentando me levantar. Minha esperança é que esteja chovendo. Adoro a chuva. Como um compartilhamento divino para meu eterno estado de espírito.
            Era apenas um quarto com banheiro. No começo, há quatro meses, achei a idéia boa, vai ser bom para dormir: escuro... . Mas agora? Agora eu não suporto mais isso. Uma sensação de sufoco. Uma caixa escura.
            Duas vezes adiado, não pude mais calar o despertador. Apesar da imensa vontade, eu não podia deixar o trabalho e ficar na cama. Era incrível, mas acreditava possível viver nesse quarto para sempre. Acho ainda, mas só quando estou aqui dentro. Jogo-me na cama mais uma vez e decido ficar em casa de novo. Pra que ir naquele trabalho idiota, conviver com pessoas idiotas. Se bem q o idiota sou eu por continuar com tudo isso. Agora tenho q ir, terceiro alarme.
            Atrasei.
            O banho era um momento bom, sentia a água batendo em minha nuca e de uma maneira estranha me transmite paz e leva – me a minha infância. Imagino mais uma vez que tudo pode mudar e que vai mudar. Mas como? Vem a duvida, por onde? Há três dias estou trancado nesse quarto e não consigo sequer abrir a porta. Tento enrolar no banho, mas tomo coragem e saio. Vou terminar tudo e sumir no mundo.
Desaparecer.
Então eu terei que sair.
Não ouço nada, minha mente esta estática, não penso em nada.
Abro a porta e o ar refrescante me da um gás. Leve. É noite já, pelo menos. O céu esta estrelado e uma leve brisa bate no meu rosto agora que já sai na rua. Olhos para baixo e para cima e não vejo ninguém. Posso ir em paz então. Pelo menos ate o quarteirão ultimo antes do fatídico trabalho.


Penso em tudo, no caminho. Na minha família, em o que estou fazendo nesse lugar, nesse planeta. Sinto-me um adolescente pensando assim e culpo – me mais por isso. Meu Deus. Enlouqueço! Com uma calma que beira a medo, atravesso a rua contendo – me. Um caminhão é melhor... . Não será dessa vez. Continuo no percurso de costume, na esperança de Deus estar sentadinho no banco da praça com um copo de coca cola e esperando para conversar. Viro a esquina e ele não esta lá. Mas tem um homem acenando pra mim.

domingo, 23 de outubro de 2011

Os Irmãos Kraiser


Recuso – me a amar. Embora esteja já ame. Seria eu bipolar? Mas a vida é bipolar. Vivemos para morrer e isso me desespera ao ponto de me paralisar. Para que viver se vamos todos morrer. E quem me garante o futuro?
Esta bem! Sou louco, sei disso, mas sinto-me impotente perante a fatalidade. Procuro uma felicidade que não existe, um amor que não existe.
 A realidade sinceramente não me atrai. Todas as vezes que tentei voltei sem dinheiro.
Uma pós-depressão. Um pós-apocalíptico mental, uma entorpecência, ou talvez preguiça mesmo que me impede de... .


...Incrível como uma pessoa saiba tanto de si mesmo e não saber o que sabe. O milagre já ocorreu há anos e nem nota.
Poderíamos fazer um personagem dele, o que acha?
Acho uma boa..., será? Ele é tão frágil...
Nada, olhe só pra ele, um pouco medroso, preguiçoso, mas vamos sacudir sua vida e ver como e ele se sai.
Ah pode ser. O que faremos com esse?
Bem primeiro vamos dar um nome ao nosso personagem.
Nome? Nome não. Ele vai ser nosso experimento então.
Agora sim e como será o nome do nosso experimento?
Será Tx14-01
Não me lembrarei de metade disso.
Tudo bem! Fica então T-01.
De acordo, mas e qual será a primeira coisa que faremos com o T – 01?
Bem..., ou lhe damos um amor ou uma morte para ele lidar.
O que prefere?
Vamos ver...
Precisamos conhece – lo melhor, saber o que de fato o faria atingir o ponto que queremos.
Vai descer?
Eu não, você!
Sempre eu... .
Pare com isso, você é mestre nisso. E também, estou começando a achar que esse vai nos recompensar.
Tudo bem. Comida?
Você e seus hábitos humanos... . Vá logo. Veja o T – 01 vai sair. Na rua é um bom lugar...


#experiência num *******003. obj Tx14 – 01
Iniciada em **/03**68

            Não gosto de banheiros, sempre desço em banheiros, e sempre também eu é quem desço para esse tipo de missão se assim posso chamar. Queria comer e deixei meu salgadinho que peguei na nossa ultima campana atrás de um novo personagem (prefiro trata – los assim!). Ate que tem um gosto agradável e da uma sensação de falsa saciedade que eu gosto.
 - Tem quem ai?
Alguém chama. Não vou ter tempo de ver como esta minha mais nova aparência.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Teresinha....


Não que eu queria me vangloriar, mas a encenação alheia termina na hora que desce o pano. Mesmo no fingimento, do pós  - pano.
A realidade da Realidade, faz de tudo em si uma coisa só.
Ninguem e intocável
Alguem já foi puro
Não nos. Alguem...
Então não quero um motim
Afinal, de pecados,  entendemos.
De milagres, mais ainda.
Vamos calar – nos então.
Nosso dolar esta em baixa

Mas não me contento
Como?
Não existiia uma regra geral de conduta?
Um toque de recolher moral.
Existe. Sei que existe.
Me dizeram que o Juiz é o Boninho.

Criança Vegana

          … deu 4 e 70 senhora… obrigado… . …sua sacola rasgou pode deixar que eu vou  ajudar… . …muito obrigado moço… …senhor… . … e como v...