terça-feira, 18 de outubro de 2011

O peripatético coxo.


Não importa como.
Nem adianta perguntar o por quê.
Questionamentos não ridiculos.
Nunca deveriam ter sido feitos.
Uma corda reta esticada. Talvez isso seja Vida.
Se olharmos pára baixo, veremos o escuro do vazio.
Não vou! A queda é certa!
Pois então saia. Grita alguem  atrás de você.
Tem loucos querendo passar... .
Tambem quero ir.
Algo me chama do outro lado.
Sinto meu coração vibrar.
Saia ou então o empurraremos. Já dizem vários atrás de você.

Saio.
Vejo passar por mim pessoas felizes.
Tristes.
Neuroticas.
Carrascas.
Mas com um brilho nos olhos que não consigo entender.
Vai ficar ai parado, alguem me diz... volte para a fila.
Faz muito tempo. Já fiz morada nesse canto aqui.
Seu coração não lhe chama mais?
Ah todo dia. Toda hora.
Então filho, um dia, na hora certa, você virá!

sábado, 15 de outubro de 2011

#plugin


Quando completei dezessete anos, começou minha tortura: sabia que dali a um ano teria que me apresentar no Exercito.
Um rito de passagem doloroso.
Meu pai. Antigo combatente da primeira guerra expunha com orgulho sua cicatriz na perna direita: um tiro, disparado por um soldado alemão, num confronto homem a homem ate no mínimo duvidoso, porém não menos que fantástico. Nem o fato de te – lo deixado coxo minimizava sua admiração pela guerra. Mesmo por que, era uma maneira de ele me ver crescer se aceito fosse e ele acreditava que seria.
Eu de minha parte, nem sequer pensava mais nisso. Na minha fértil imaginação, estavam todas as historias que os já passados e afortunadamente dispensados, amigos contavam. Nunca acreditei totalmente, mas sei que onde há fumaça..., há fogo!


Um jogo de futebol foi minha salvação ou então enlouqueceria. O que pior que o dia de um acontecimento marcante senão sua véspera. Não iria agüentar meu pai, que de um mês pra cá, vem relembrando mais historias suas de guerra. Como sempre, nunca sei quais são verdadeiras.
Algumas eu já sabia. E ele as contava com os mesmo requintes de detalhes, sendo essas as que eu mais duvidava. Eu era quase obrigado a ouvir. Meu pai precisava que o olhasse nos olhos quando falava. Tinha olhos penetrantes, mas tristes, acho que era o que tinha visto na guerra. Suas historias era sempre interrompidas com suspiros.
Antes que ele começasse, disse para minha mãe à mesa do café que iria ao jogo de futebol com meus amigos, estaria de volta ate o almoço.


Apesar do empenho de meus amigos em me distrair, o relógio regressivo já começou. Faltam 22 horas. Meu Deus, preciso relaxar!
Começo ouvir a conversa de meus amigos e tento prestar mais atenção ao jogo. O placar de três a zero nos era favorável e a conversa que meus amigos tinham se referiam a uma menina nova no colégio. Entrara no meio do ano, pois se acabara de se mudar com sua família para nossa pequena cidade. Estranhamente essa conversa me prendeu a atenção. Senti uma curiosidade.
 - Quem é ela? Disse meio desinteressado.
 - Olhe lá, que uma menina nova desperta nosso principezinho do mal humor...
 - Não sabemos, diz o que estava de cá. Só sabemos que o nome dela é L.
Curiosidade uma pinóia, pergunto é por já te – la visto e me sentido hipnotizado por seus olhos, que apenas passaram pelos meus.
L.. Esse era seu nome.

O jogo acaba, começa chover, o relógio cronológico, regressivo, sei não, sei, marca 14 horas left. Pela idéia de L. existir, minha mente se libertou da paranóia e nós agora éramos o trio novamente. Já tínhamos tomando nossas bebidas secretas, levadas hoje, na minha mochila e riamos alto de tudo e todos. A vida fluía bem novamente. Fumávamos nosso quarto cigarro quando ouvi no nosso radio de pilha que oficialmente a guerra tinha sido declarada.


Sinto o abraço apertado, ouço os parabéns e a Boa Sorte que recebi de meu pai quando cheguei de volta.

domingo, 9 de outubro de 2011

#plugin




Boa noite! - respondo.
Ouço o casal do telejornal mais famoso e que me tem mais consideração que todos, desejarem – me boa noite.
Fodam – se, na real.
 Porem são os únicos.
-L. esta na hora de preparar – se para o espetáculo. Diz minha mãe já bêbeda e toda borrada de maquiagem.
Não tenho escolha.
Não tenho vida.
 Estou no meu inicio de adolescência: 14 e meio, na exatidão. Ela é meu carrasco.
No meu quarto, o que meu era de fato: apenas um livro de Goethe, um alemão... . Existiam os maiôs das apresentações, mas esses definitivamente não eram meus. Todas as estampas e cores. Confesso que um de fênix azul era – me charmoso, mas apenas isso.
Não era minha paixão.
-Esta pronta? Ouço novamente.
Já estava.
Tinha o maio totalmente incorporado e a corda na minha frente esticada.

Os aplausos da minha entrada não me excitam em nada. Eles querem a minha queda. A fênix do meu maio brilha no reflexo do holofote e isso sim me da um ânimo.
Brilho.

Tempo/espaço não existem.

No penúltimo degrau da escada interminável, cansada de tentar ouvir o aplauso de minha mãe. Vejo que a tal corda é real.

Mais uma salva de palmas.
Agora essa quer dizer: ande logo, caia sua idiota.




Criança Vegana

          … deu 4 e 70 senhora… obrigado… . …sua sacola rasgou pode deixar que eu vou  ajudar… . …muito obrigado moço… …senhor… . … e como v...