Federico
E aqui estou finalmente no escuro.
Coragem e solidão.
Não era tudo que eu queria,
Mas agora é agora
E todo dia.
Mas não ainda então.
Já vi-me aqui abandonado.
Já vi-me aqui culpado.
Já vi-me aqui estranho.
Estranho e pecador.
Nesse mundo novo do ante-guerra.
Sinto tudo com pesar fúnebre,
Deveras.
Sonhos velhos e sombras.
Loucuras
E desejos
E vícios
Vícios carcomidos
Em meu coração
Pelo tals desejos,
Aliás.
Nada que eu queria que fosse
Mais é.
E assim tem que ser.
Sou eu e a mim.
Somos a os todos
E aos demais
Sempre oprimidos.
E perdidos das não-vidas.
Não quero mais sentir raiva das coisas e de tudo.
Quero conseguir chorar.
Desaguar em um pouco de dor real,
Sentida e ali morta.
Quem sou eu sem o medo?
Seria um sábio doutor?
Um palhaço?
Um pobre Senhor?
Quem sabe
Ser um sonhador.
O eu velho amo eu.
Ainda tenho muito medo.
Mas a vontade de não ser consumido pelo nada
É maior que os pulsares do meu envergonhado coração.
A aflição e o temor do futuro é tudo que sinto.
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sim como lá em cima.
O que seria eu sem essa pinga barata?
O que seria eu sem essa fome maldita de amor?
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