Livian


Irmãos Kraiser - React                                                                   por Danis



Alfenir seu desgraçado! Trabalhando de porteiro em algum país tropical...tirando onda de bacana...

Abro os olhos e continuo em Miséria.. precisamente, centro da cidade.

O teatro municipal é o marco zero, belíssimo,  oponente!

Do lado esquerdo, temos Miséria, um país desgraçado, em ruínas, sem muitas concepções.

A direita, Abundância, um país maravilhoso, fértil.

E no marco zero da cidade, há a  linha tênue que divide os dois países.

Moro em um apartamento, um pequeno recanto mal cheiroso, mofado e sombrio. 

Da janela, observo os dramas humanos.

 Qualquer indivíduo pode atravessar esse maldito meridiano e estar no lado que desejar, e as 

7:00 da manhã começam as travessias e as 23:59 o desepero para voltar pra casa.

Aliás, quem vem de Abundância para cá, são os Faxineiros, jogam os restos daquilo que os Abundantes não querem mais, o lixo de luxo; roupas, comidas, tigelas, objetos de decoração, cachorrinhos fofos!

Tudo, tudo em Abundância  é lindo, rico e divertido. O céu sempre azul com um maravilhoso arco-iris.

 As pessoas não se atentam as essas necessidades fisiológicas de morrer de fome. 

Miséria não produz, não vende, nao gera, não pari! 

As terras são pobres e conseguir atravessar o meridiano, e fugir daqui é um sonho.

Então na  manhã a linha se abre, como um portal mágico, as pessoas atravessam de um a outro, mas...não é tão simples assim, há  ataques dos Inveterados, homens chefiados por uma espécie de gangue. Roubam, matam.  

Abutres! carniceiros! Parasitas! 

Se alimentam da pobre alma de um Miserável que quer aproveitar um dia de felicidade em Abundância.

Alfenir!  Pilantra! Você sempre foi o mais esperto!

A obsessão em sair daqui é contínua, Como conseguir?

Quem nasce abundante permanece, não há necessidade de se  fazer muito esforço, afinal...quem tem tudo, o que irá fazer nessas terras? Explorar mais o que?

 Alfenir, você se lembra do México? Maravilha! Que cheiro maravilhoso! Entorpecer de prazer com o mel  de uma bela mulher! Deleite.

E assim a vida segue em Miséria, sem paixões, sem beleza, apenas, o roncar da barriga e a cor cinza das calçadas







 

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