Entidade







Agora sei a saúde de minha vida.
Vida que sei não mais minha.
Vida emprestada.
Vida usada.
Vida repartida.

E eu, bailarina maldita,
Rodopiando na melodia infernal da paixão.

Da caixinha de música da paixão.
Sem par, histérica.
Rodopiando.
Rodopiando.
Rodopiando.
Rodopiando.

Quem há de parar-me?

E daí tu vens.
Sempre vens.

Moreno, olhos verdes, às vezes.
Azul, vestido de flores, talvez.
Amarelo, cantando amores perdidos, sozinho.
Sempre.

Azul, vestido de flores, talvez… .


Outro veio e me abraçou.
Toquei sua face; não era você.
Chorei invisível.
Dor dura. Incrível.

Não era você.


Senão meus olhos,
Minha mão tem a magia.
Um toque e sei tudo.
Energia.
E daí  tu então eu encontrarias.
Perdido na verde calmaria.

Cafona, diria,
Esta paixão já antes dita.
Fodida.
Iludida.



O tempo de um beijo inventado.
Vale o seu sorriso de uma piada,
Sem graça, minha,
Sem farsa.
Inventada só por você.



Fabrício Januário

Comentários

  1. Respostas
    1. lendo isso hj, lembro vagamente desse Eu poetico ai. Mas é entidade mesmo pq to ligando ele a uma ideia de entidade

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