Adro
Acho que cansei da
poesia.
Ninguém as entende,
acham-nas chatas.
Pedantes.
Exibem-se em partes
chamadas estrofes.
Perdidas palavras
mal compreendidas.
Presas em tais
versos sofridos de um famoso mal querer.
Agora já palavras
minhas!
Essas coitadas!
Infladas de ego fino
e solidão bastarda.
Palavras sinais.
Poesia.
Refugio dos que se
acham ímpios.
Merecedores de um
não-Amor.
Qual mal querer… ?
Qual solidão
bastarda… ?
Apenas palavras.
Apenas poderas
palavras.
Pedidos de socorro e
perdão.
Estão perdidas
aqui,
E lá estão também
em minhas frases.
Ditas em dias onde
mais perdido estarei que agora.
Estou em fuga do
ensaio.
Estou em fuga da
ilusão.
………..
Acho que cansei de
poesia.
Abstrata como agora
não quero ser.
Pedantes.
Caminho batendo
testa em postes invisiveis.
Não durmo sonhando
com a realidade.
Era dia e não te
via.
Era noite e apenas
te imaginava.
“Não sonho
dormindo a realidade.
Não.
Fora daqui intruso.
Não te quero mais
na verdade.
Apenas na ilusão.”
Perco sempre tudo e
nunca tive nada.
…….
Não sou uma
esfinge.
Não sou um enigma.
Apenas tentei e
nunca tive.
Sem abracadabras ou
dejavus.
Ando livre pra
voltar a errar.
Ando livre pra
começar sofrer e amar.
……..
Acho que cansei de
repetir
Que cansei de
poesia.
Não é verdade.
Até cansei de
poesia,
Mas a prosa fica pra
outro dia.
…….
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