segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Satisfações.





Chamam aqui de estação.
            É um lugar com uma tecnologia bem diferente da nossa, entretanto sinto uma semelhança na origem deste sistema. Tudo aqui e extremante limpo. Sinto – me em quarentena. E  Isso realmente é verdade. A todo o momento entra uma mulher vestida de negro, totalmente, e me toca no dedo anelar. Sinto uma leve dormência na ponta do dedo e depois de alguns segundos ela se vai. Chamo de “ela”, pois se apresenta como mulher, porem não vejo vida nela. É fria, não fala e se movimenta como se fosse cair, mas não cai. Nunca! Se caísse sairia correndo. Se bem que nem sei pra onde vou neste lugar para sair. Tão esquisito aqui. Não há câmeras, mas sente – se a presença deles dentro de nossas cabeças. Deles digo: O lord Kraiser e seus filhos Livan e Alfenir. Não é uma leitura de pensamento: é uma conexão que todos temos aqui dentro.
            A família, e me expresso assim por ser assim mesmo que eles se comportam. Não são como os outros daqui. Eles se comunicam como nos, portam – se como nos, mas emanam uma energia diferente, aguda e o brilho nos olhos... . Tratam-me bem, devo admitir, pois eu não tenho necessidade de nada aqui durante esse período, que, diga – se de passagem, não tenho nem ciência, pois aqui, não se sente sono. Recupera – se sua energia numa espécie de chuveiro cibernético, coisa mais engraçada.
            Existe uma área restrita que eu não sei por que fui convidada a freqüentar, há uns dois dias, que se assemelha a um lar. Há divisórias, cômodos, moveis com design futurista, porem interessantes, que combinam com o resto e dão um ar ate agradável até.
            Sinto que existe uma intenção obvia em me convida ate la. Não posso interroga – los. Suas perspicácias são demais para meus sentimentos. Então decidi esperar uma oportunidade. Eu vou sair daqui e acabar com tudo isso. Sei disso.
            Um dia desses, então na decisão de saber como agir e interagir nisso, fui convidada a jantar (Olha isso!)  com Livan. Já que era para despistar, coloquei um vestido vermelho que estava misteriosamente no armário, junto com um de criança, já velho. Não cheirava nada, nem amaciante. Usei o estojo de maquiagem que ele me mandara e sai na intenção. Precisava usar as armas que tinha.
            Ao chegar à porta que dava acesso ao departamento. Esta se abriu automaticamente sem anuncio. Sinal de sorte! Dos compartimentos e avistei-o sentado na ponta da mesa. Logo que entrei, as luzes caíram e observei um brilho nos seus olhos que me era esperado.
            Ele estava encantado! O vermelho..., as ruivas...
            Um vinho? Ele perguntou.
            Estranhei a gentileza, mas aceitei fazia parte do meu jogo. Tinha que seduzi – lo.
            Foi buscar a garrafa na adega e fiquei sozinha. Aproveitei.
            Comecei a observar cada detalhe. A mesa elíptica de acrílico marrom degradê enorme. Deveria ter uns três metros de ponta a ponta. Não havia tapetes, nem quadros com exceção de um na sala onde passei do dito lord Kraiser. Enorme também, bem de frente para porta principal.
            A meia luz que estávamos não dava para ver nada além e não poderia me levantar para nada.
            Chega com a garrafa de vinho e duas taças.
            (Proporia ele um brinde?).
            Brindaremos? Perguntei.
            Depois, talvez... .
           
           
            Mas o que é isso? Musica? Nunca havia ouvido musica aqui antes.
            Por quê? Incomoda?
            De modo algum, fica ate melhor, mas de onde vem essa musica, pelo modo como as coisas são aqui deve ser uma coisa avançadíssima... .
            Na verdade e um 3 em 1 que Alfenir trouxe la de onde você era.
            Um 3 em 1? Isso o 3 em 1!


            

domingo, 29 de janeiro de 2012

Justo agora?





Eram onze horas passadas.
 Pra que acordar cedo, me digam!
Durmo mesmo!
 Então para acabar com minha paz,  ouço alguém pular o muro da casa conjunta. Tudo bem! Deve ser a vizinha que esqueceu a chave.
Pego no sono e ouço um vidro cair e quebrar.
Tudo bem deve ser a vizinha... .Louca, agora.
 Ahgr!!!... . Alguém..., alguém me ajude...
Será um sonho, viajei.
Alguém... . por favor!
Não!  Não era um sonho. Tem alguém precisado de mim mesmo. Não de mim necessariamente, mas de mim sim, uma vez que apenas eu escuto essa voz que me chama.
Fui tomado por um desespero. Levantei vesti minha bermuda, puxei o fogão que segurava a porta e chamei a voz que agoniava.
Pula aqui, por favor... , dizia implorando... .
Subi no muro que divide nossa privacidade e vi uma garota de uns dezenove anos com a beça enfiada no vidro da janela do banheiro com uma ponta de vidro pronta e descarnar seu pescocinho branco.
Não se mexe, foi o que lembrei dizer... E vou pegar a chave também.
 Não conseguia pular o muro.
Voltei correndo para dentro de minha casa e cadê as chaves, nessas horas, já viu.
Ah ta aqui!
Quando vou abrir o portão, ouço um grito mais agonizante ainda.
 Morreu, pensei.
Olho pela fresta do portão e vejo que a única coisa que segurava ela caiu e se não for agora a ponta com sede de sangue vai cravar o pescoço da coitada.
Chegou. Pulo o muro e daí por diante, tudo é por instinto.
Apoio – me por debaixo dela e a ergo. O maldito Haley da novela das 8 existinta, me abocanha, mas estranhamente seus dentes não me pegam. 
Hahahahahaha. Cachorro idiota!
 Ela tira a cabeça. Pergunto se tudo esta bem
Ela numa frieza de quem não sabe o que fazer, pergunta se não quero ver o furo
Não, não curto sangue e pulo meu muro de volta.
Meu Trabalho me aguarda.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Ao Césio!




Uma mulher de vermelho.
Um dente encontrado na rua.
Um piolho na salada no refeitório.
100 reais na boca do caixa sobrando.
Hãh?!
Sapatos que sirvam numa promoção.
Ônibus pontual.
Alguém original.
Aquela da boa. (Sabem?).

Presunto, não apresuntado.
Coração que não seja enlatado.
Perfume não falsificado.
Sorriso não plastificado.
(rima horrível...)

Toca aquela musica!
Mas é aquela... . Qual é mesmo?

Memória que não falhe.
Charuto com folha de uva.
Pensar é mais fácil.
Assumir uma idéia, resume.
Abrir um champanha
(espumante!)
Aos segredos, sempre segredos.
Por assim deverem ser.
E mais um repetitivo brinde.
Agora aos temores
A esses, um a parte.
Quão grandes devam ser pra uns.
Quão corajosos devam ser outros.
O mais inútil é saber que isso pouco importa.
A prostituta de roxo fúnebre sempre pergunta se quero fazer sexo com ela, às duas da tarde.

Ficamos invisíveis.
Ou mudos.

Criança Vegana

          … deu 4 e 70 senhora… obrigado… . …sua sacola rasgou pode deixar que eu vou  ajudar… . …muito obrigado moço… …senhor… . … e como v...