Chamam aqui de estação.
É um lugar
com uma tecnologia bem diferente da nossa, entretanto sinto uma semelhança na
origem deste sistema. Tudo aqui e extremante limpo. Sinto – me em quarentena. E Isso realmente é verdade. A
todo o momento entra uma mulher vestida de negro, totalmente, e me toca no dedo
anelar. Sinto uma leve dormência na ponta do dedo e depois de alguns segundos
ela se vai. Chamo de “ela”, pois se apresenta como mulher, porem não vejo vida
nela. É fria, não fala e se movimenta como se fosse cair, mas não cai. Nunca! Se
caísse sairia correndo. Se bem que nem sei pra onde vou neste lugar para sair. Tão
esquisito aqui. Não há câmeras, mas sente – se a presença deles dentro de
nossas cabeças. Deles digo: O lord Kraiser e seus filhos Livan e Alfenir. Não é
uma leitura de pensamento: é uma conexão que todos temos aqui dentro.
A família,
e me expresso assim por ser assim mesmo que eles se comportam. Não são como os
outros daqui. Eles se comunicam como nos, portam – se como nos, mas emanam uma
energia diferente, aguda e o brilho nos olhos... . Tratam-me bem, devo admitir,
pois eu não tenho necessidade de nada aqui durante esse período, que, diga – se
de passagem, não tenho nem ciência, pois aqui, não se sente sono. Recupera – se
sua energia numa espécie de chuveiro cibernético, coisa mais engraçada.
Existe uma área
restrita que eu não sei por que fui convidada a freqüentar, há uns dois dias,
que se assemelha a um lar. Há divisórias, cômodos, moveis com design futurista,
porem interessantes, que combinam com o resto e dão um ar ate agradável até.
Sinto que
existe uma intenção obvia em me convida ate la. Não posso interroga – los. Suas
perspicácias são demais para meus sentimentos. Então decidi esperar uma
oportunidade. Eu vou sair daqui e acabar com tudo isso. Sei disso.
Um dia
desses, então na decisão de saber como agir e interagir nisso, fui convidada a
jantar (Olha isso!) com Livan. Já que
era para despistar, coloquei um vestido vermelho que estava misteriosamente no armário,
junto com um de criança, já velho. Não cheirava nada, nem amaciante. Usei o
estojo de maquiagem que ele me mandara e sai na intenção. Precisava usar as
armas que tinha.
Ao chegar à
porta que dava acesso ao departamento. Esta se abriu automaticamente sem
anuncio. Sinal de sorte! Dos compartimentos e avistei-o sentado na ponta da
mesa. Logo que entrei, as luzes caíram e observei um brilho nos seus olhos que
me era esperado.
Ele estava
encantado! O vermelho..., as ruivas...
Um vinho? Ele
perguntou.
Estranhei a
gentileza, mas aceitei fazia parte do meu jogo. Tinha que seduzi – lo.
Foi buscar
a garrafa na adega e fiquei sozinha. Aproveitei.
Comecei a observar
cada detalhe. A mesa elíptica de acrílico marrom degradê enorme. Deveria ter uns
três metros de ponta a ponta. Não havia tapetes, nem quadros com exceção de um
na sala onde passei do dito lord Kraiser. Enorme também, bem de frente para
porta principal.
A meia luz
que estávamos não dava para ver nada além e não poderia me levantar para nada.
Chega com a
garrafa de vinho e duas taças.
(Proporia
ele um brinde?).
Brindaremos?
Perguntei.
Depois,
talvez... .
Mas o que é
isso? Musica? Nunca havia ouvido musica aqui antes.
Por quê? Incomoda?
De modo
algum, fica ate melhor, mas de onde vem essa musica, pelo modo como as coisas são
aqui deve ser uma coisa avançadíssima... .
Na verdade
e um 3 em 1 que Alfenir trouxe la de onde você era.
Um 3 em 1? Isso
o 3 em 1!


